Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Siqueira, Renan |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/42/42133/tde-02102019-143339/
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Resumo: |
A malária é um importante problema de saúde pública mundial que ocorre nas áreas tropicais e subtropicais da Terra. No Brasil, está praticamente restrita à região amazônica. A doença é causada por cinco espécies de protozoários parasitos pertencentes ao gênero Plasmodium . A resposta imune protetora se desenvolve após repetidas exposições ao parasito, e os anticorpos desempenham um papel importante nessa proteção. As células TFH são uma nova subpopulação de células T auxiliares especializadas em fornecer ajuda às células B para a formação do centro germinativo, maturação de afinidade de anticorpos e geração de células B de memória. As células TFH, dentre as células T, são as que mais expressam o receptor P2X7 (P2X7R), um canal seletivo de íons que se ativa pelo ATP extracelular e está envolvido no processo de ativação e morte celular. Neste trabalho nós avaliamos o papel do P2X7R no controle da população de células TFH do baço e na produção de anticorpos específicos durante a malária causada por Plasmodium chabaudi e Plasmodium vivax. Observamos que os camundongos P2X7R-/- apresentavam um acúmulo precoce de células TFH durante a infecção pelo P. chabaudi, com pico no 14º dia pós-infecção. A eliminação do parasito, através do tratamento com cloroquina, reduziu a quantidade de células TFH no baço. Uma vez que a cloroquina, além de eliminar os parasitos, possui atividade imunossupressora, realizamos experimentos de cotransferência de células, para determinar a importância da expressão do P2X7R nas células CD4+ no controle dessa população. Verificamos que a ausência de P2X7R nas células CD4+ favoreceu o acúmulo de células TFH in vivo, independentemente do microambiente. Em relação aos mecanismos envolvidos nesse processo, constatamos que a proliferação das células TFH in vivo não foi influenciada pela presença do P2X7R. Confirmando resultados anteriores, observamos que o estímulo com ATP induz o aumento da exposição de fosfatidilserina nas células TFH. Além disso, o estímulo com ATP extracelular causou a morte das células TFH do baço de maneira dependente de P2X7R. As células TFH eram mais susceptíveis à morte celular mediada por ATP do que outras populações de células T. Por outro lado, a ativação das células TFH geradas durante a infecção pelo P. chabaudi reduziu a sensibilidade à morte celular induzida por ATP e mediada pelo P2X7R. Finalmente, utilizando ensaio de cotransferência, comprovamos a importância do P2X7R expresso nas células TFH na morte dessas células in vivo. O acúmulo de células TFH no baço de camundongos P2X7R-/- infectados estava associado à maior concentração no soro de anticorpos IgG2a totais e de alta avidez. A população de células B do centro germinativo, mas não de plasmócitos, também era maior no baço de camundongos P2X7R-/- infectados. Em humanos, indivíduos infectados com P. vivax apresentando polimorfismos genéticos que levam à perda de função do P2X7R também apresentam maior concentração de anticorpos IgG3 específicos no soro. Este trabalho contribui para a compreensão do papel do receptor P2X7 na morte das células TFH do baço e na aquisição de imunidade humoral durante a infecção pelo P. chabaudi e P. vivax. |