Criança tem que ser feliz na creche: um estudo nos berçários das creches da UNICAMP

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Pierri, Suellen Irene Pereira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48138/tde-29062021-162415/
Resumo: Este trabalho, de natureza qualitativa na modalidade de estudo de caso (MERRIAM, 1998; STAKE, 1999), teve como interesse de pesquisa o bem-estar do bebê na creche e seu envolvimento nas propostas direcionadas a eles no berçário, além de procurar entender como o empenho das professoras na organização do ambiente educativo e nas relações que estabelecem com essas crianças na creche impulsiona esses momentos de bem-estar e envolvimento. A pesquisa se deu em dois espaços de atendimento aos bebês na creche da UNICAMP, em três turmas de berçário, entre os anos de 2017 e 2018, abrangendo diversos horários de atendimento e as muitas rotinas do trabalho com crianças pequenas na Universidade. No intuito de compreender o que propicia envolvimento aos bebês no berçário, escolheu-se como metodologia de pesquisa o uso das escalas de bem-estar e envolvimento das crianças e de empenho do adulto criadas por Laevers (2014) que estipulam filmagens de dois minutos cada criança e das professoras nos vários momentos da rotina. A partir desse levantamento, foram escolhidos episódios filmados em três dos espaços que as crianças mais frequentaram durante a empiria para serem investigados, sendo analisados a partir de dos indicadores de envolvimento e bem-estar de Laevers (1994) e sob a perspectiva histórico cultural de Vigotski (2008), na busca por entender as possibilidades de vivência na creche oportunizadas a partir das propostas das professoras e sua influência na forma como os bebês se envolvem com as atividades e materiais propostos. Como resultados, temos que a relação dos bebês com o outro mais experiente e a mediação com os materiais são os meios que mais propiciam vivências para as crianças, assim como a qualidade dessas relações está diretamente ligada às professoras, seja na forma com que interagem com os pequenos ou como elas organizam o ambiente educativo, de maneira a possibilitar que os bebês escolham com o que querem brincar e consigam explorar as diversas possibilidades dos brinquedos. Constatou-se também que as professoras têm dificuldade em entender o desinteresse dos bebês no ambiente, sendo que baixos níveis de envolvimento foram verificados nos episódios em que os bebês demonstravam desconforto de forma sutil, com um olhar vago, expressão facial sem emoção ou manipulações sem energia. Entende-se que isso se deu pelo fato de que a criança muito pequena ainda não usa da fala para interagir com o outro, sendo o choro, ou reclamações mais evidentes, influenciadores do início da relação entre a criança e o adulto. Outra questão levantada foi a importância de as instituições educacionais manterem políticas que privilegiem o acesso das professoras à formação continuada em serviço e horários de planejamento garantidos dentro da organização institucional, com vias a garantir um trabalho de qualidade com os bebês na creche. Esse estudo se faz importante para mostrar uma nova ótica de olhar esses bebês e possibilitar entendimentos outros para uma escuta mais sensível no berçário, de forma a possibilitar à professora aguçar seu olhar e ao bebê se envolver mais com as propostas, se desenvolver e ser feliz na creche.