Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2010 |
Autor(a) principal: |
Souza, Mára Isis de |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/59/59137/tde-09022011-201510/
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Resumo: |
Em meio às diversas mudanças que vêm ocorrendo na relação entre gênero e profissão, a presença do homem atuando na educação e cuidado de crianças em contextos coletivos, particularmente de crianças de 0 a 3 anos de idade, suscita debates que fazem aflorar o senso comum e desafiam a construção do conhecimento dessa realidade. Ainda em número reduzido, a presença do homem como professor de creche vem sendo preconizada como parte das políticas de promoção de igualdade de oportunidade entre homens e mulheres, do movimento de profissionalização da educação infantil e das tentativas de promover uma educação pautada na diversidade, étnica e de gênero, de figuras de referência para as crianças. O presente estudo tem como objetivo investigar de que maneira um homem se constitui professor de creche, nas relações com suas colegas, com a direção e com as crianças e suas famílias. A construção do corpus da pesquisa, ancorada no referencial teórico-metodológico da Rede de Significações, foi feita por meio de: (1) visitas e observações, com registros, em caderno de campo, das práticas e relações estabelecidas pelo professor com as crianças, com as famílias, com suas colegas e a direção; (2) entrevistas semi-estruturadas, gravadas em áudio e transcritas na íntegra, com os atores envolvidos neste processo (professor, professoras, direção e famílias). A análise do material foi feita no sentido de identificar o masculino na relação com as colegas de trabalho, com a direção, com as famílias e com as crianças. Análises dos registros de observação e das entrevistas trazem a experiência de inserção do homem como professor de creche de maneira positiva e recomendável. Dentre os argumentos apresentados acerca das possibilidades que se abrem ante a presença do homem como professor, a figura masculina é representada fortemente pela imagem do pai, justificada especialmente para as crianças que não convivem com esta figura em suas famílias. Em relação à questão do cuidado com o corpo, a decisão da direção, acatada pela equipe, foi de afastar o educador dessas atividades com as meninas, o que evitou a emergência de conflitos e resultou em instrumento para tranquilizar as famílias. Como consequência desta inserção, a possibilidade de interações do professor com as famílias, mesmo que de maneira indireta por meio dos relatos e manifestações das crianças, parece resultar em uma (re)significação da presença de um homem professor na creche, que caminha do estranhamento inicial ao estabelecimento de uma relação de confiança com este profissional. |