Avaliação do perfil de expressão de miRNAs na retinopatia diabética e a relação da expressão do miR-126 e miR-200b com a espessura da coroide e retina em pacientes com diabetes mellitus tipo 2

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Nique, Pâmela Sachs
Orientador(a): Canani, Luis Henrique Santos
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/188889
Resumo: A retinopatia diabética (RD) é uma frequente complicação microvascular do diabetes mellitus (DM), causada por uma complexa interação entre fatores de risco ambientais, genéticos e epigenéticos. A RD se caracteriza por danos em vasos sanguíneos na retina e a alta prevalência e severidade desta complicação demonstram a necessidade de ferramentas para um diagnóstico precoce. Estudos recentes têm sugerido que alterações na circulação nos capilares da coroide precedem a manifestação clínica da RD. A expressão de fatores angiogênicos e citocinas inflamatórias juntamente com a modulação de genes relacionados à RD e seus reguladores, como microRNAs (miRNAs), parecem estar associados com alterações na espessura da retina e coroide. MiRNAs são RNAs não-codificantes que regulam a expressão gênica, tendo um papel importante na modulação da angiogênese e outras funções endoteliais. Além disso, novas evidências têm relacionado o perfil de expressão dos miRNAs com o desenvolvimento da RD; entretanto, os resultados ainda são inconclusivos. Sendo assim, nós realizamos uma revisão sistemática da literatura, seguida de uma análise de bioinformática e também avaliamos a relação entre a expressão do miR-126-3p e miR-200b-3p com a espessura da coroide, retina e camada de células ganglionares em pacientes com e sem DM tipo 2 (DM2), estratificado pelo índice de massa corporal (IMC). Na revisão sistemática, estudos que analisaram o perfil de expressão de miRNAs na RD em humanos e em modelos animais foram identificados no PubMed e EMBASE. Os miRNAs consistentemente desregulados nestes tecidos foram submetidos a análises de bioinformática, utilizando dois bancos de dados de interações entre gene-miRNA para identificar os alvos e potenciais vias afetadas pela sua regulação. Trina e quatro estudos foram incluídos na revisão. Onze estudos avaliaram a expressão de miRNAs relacionados à RD em humanos e 23 em modelos animais. Entre os 189 miRNAs estudados, 160 foram analisados em retinas de modelos animais, 22 em humanos e 7 nas duas espécies. Seis miRNAs (miR-21- 5p, miR-126-3p, miR-146a-5p, miR-195-5p, miR-200b-3p, and miR-592) foram considerados consistentemente desregulados e escolhidos para análises de bioinformática. As análises identificaram que estes 6 miRNAs participam de diversos processos fisiológicos e patológicos, incluindo a regulação do sistema imune, modulação da resposta inflamatória e angiogênese, podendo ter um papel importante da patogênese da RD. No estudo transversal, 46 pacientes foram incluídos e realizaram um exame de fundoscopia e tomografia de coerência óptica. Os pacientes foram divididos em 4 grupos: Grupo 0 – pacientes com DM2 e IMC <30.0 kg/m2 (n=7); Grupo 1 – pacientes sem DM e com IMC ≥30.0 kg/m2 (n=12); Grupo 2 – pacientes com DM2 (5 anos de diagnóstico) e IMC ≥30.0 kg/m2 (n=11) e Grupo 3 – pacientes com DM2 (≥5 anos de diagnóstico) e IMC ≥30.0 kg/m² (n=16). Expressões dos miR-126-3p e miR-200b-3p foram analisadas em plasma de todos os pacientes incluídos usando qPCR. Expressão do miR-126-3p estava aumentada nos pacientes do Grupo 2 comparado com o Grupo 0 (P = 0.031), enquanto que a expressão do miR-200b-3p foi similar entre os grupos. Na amostra geral, uma relação inversa foi observada entre a expressão do miR-200b-3p e a espessura média e centro da coroide, assim como o volume total, ajustado para IMC e tempo de DM, mostrando que futuramente este miRNA pode ser um possível biomarcador para alterações precoces na espessura da coroide de pacientes com DM2.