Caracterização fenotípica e genotípica de betalactamases do tipo AmpC plasmidial em Escherichia coli

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Rocha, Darlan Augusto da Costa
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/9/9136/tde-26062014-145930/
Resumo: Introdução: As enzimas do grupo AmpC degradam cefalosporinas e cefamicinas e não são inibidas pelo ácido clavulânico, sulbactam ou tazobactam. Podem ser codificadas por genes de localização plasmidial ou cromossômica. A sua detecção tem importância epidemiológica, pois a expressão concomitante à perda de porinas em Enterobactérias pode levar à resistência aos carbapenêmicos, fármacos amplamente utilizados no tratamento de infecções graves. Os relatos de detecção de AmpC plasmidial no Brasil são escassos, mas a análise do perfil de sensibilidade de Escherichia coli isoladas de casos de infecções urinárias de pacientes atendidos em um laboratório privado da cidade de São Paulo, no período de 2006 à 2010, evidenciou um aumento considerável de resistência à cefoxitina, um marcador para expressão de AmpC plasmidial. Em 2006 a frequência era de 0,03% e em 2011 foi de 0,65%. Uma das hipóteses para esse aumento é a disseminação de clones ou de genes que codificam AmpC, transferidos em plasmídeos. Objetivo: Caracterizar os determinantes genéticos em E. coli com fenótipo compatível com produção de AmpC plasmidial. Material e métodos: Foram estudadas todas as E. coli isoladas de cultura de urina, não sensíveis à cefoxitina, detectadas no Fleury Medicina e Saúde em São Paulo, no período de 02 de janeiro a 01 de fevereiro de 2012. Os isolados foram avaliados fenotipicamente quanto à pureza, identificação da espécie e bloqueio enzimático com discos de cefoxitina e ceftazidima adicionados de ácido fenilborônico. A presença de genes que codificam AmpCs plasmidiais foi avaliada utilizando-se dois métodos distintos de PCR. Foi realizado o sequenciamento dos genes detectados. O desempenho do bloqueio enzimático com ácido fenilborônico foi determinado utilizando-se a PCR como padrão ouro. O perfil plasmidial e a clonalidade foram avaliados respectivamente por lise alcalina e ERIC-PCR. Resultados e conclusões: De um total de 2.494 E. coli 12 albergavam genes de AmpC plasmidial; a frequência de AmpC plasmidial foi portanto de 1,8% em pacientes hospitalizados 0,46% em pacientes ambulatoriais. O sequenciamento dos genes que codificam AmpCs plasmidiais evidenciou tratarem-se de 11 blaCMY-2 e uma blaCMY-4. O melhor desempenho do teste fenotípico com cefoxitina, ceftazidima e ácido fenilborônico foi obtido quando utilizados um mínimo de 5 mm de diferença entre o halo de inibição com o disco adicionado de ácido fenilborônico e puro para cefoxitina e ceftazidima. Com esses parâmetros a sensibilidade foi de 100,0%, a especificidade de 100%, o valor preditivo positivo 100 % e valor preditivo negativo 100%. Foi observada a presença e disseminação de três grupos clonais de E. coli produtoras de CMY entre hospitais na cidade de São Paulo.