O dilema do estrangeiro-familiar e os marcadores culturais do Brasil: o caso da tradução de Là où les tigres sont chez eux, de Jean-Marie Blas de Roblès, realizada por Maria de Fátima Oliva do Coutto e Mauro Pinheiro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Camargo, Raquel Peixoto do Amaral
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8146/tde-17062019-141321/
Resumo: passagens culturalmente marcadas na tradução brasileira de Là où les tigres sont chez eux (2008), de Jean-Marie Blas de Roblès, realizada por Maria de Fátima Oliva do Coutto e Mauro Pinheiro, publicada no Brasil em 2011. Em virtude das especificidades da relação entre Là où les tigres sont chez eux, um romance francês com tramas ambientadas no Brasil, e Lá onde os tigres se sentem em casa, a sua tradução brasileira, inversões no tradicional dilema do estrangeiro (BERMAN, 1984) são produzidas no/pelo texto traduzido. De modo similar, os marcadores culturais (AUBERT, 2006) também se comportam de maneira peculiar, tanto no original como na tradução. Partindo de dois percursos teóricos, um voltado para situar o dilema do estrangeiro, tal como pensado por Antoine Berman (1984) e por Paul Ricoeur (2004), e outro com o objetivo de precisar as noções de cultura, marcadores culturais e tradução cultural, buscou-se desenvolver análises que contemplassem as discussões realizadas e nas quais se pudesse identificar a relação entre os dois eixos que norteiam este trabalho: o dilema do estrangeiro e as transferências culturais, identificadas com o auxílio dos marcadores culturais. No que concerne às problematizações envolvendo cultura e traduções culturais, recorreu-se a regimes de conhecimento de ordem antropológica para refletir acerca da noção de cultura (CARNEIRO DA CUNHA, 2017) e para apresentar, ainda que brevemente, modelos alternativos de tradução, que vão além da aproximação entre tradução e cultura. Com isso, busca-se contribuir para ampliar a discussão acerca do dilema do estrangeiro na tradução e para, a partir do diálogo com regimes de conhecimento antropológicos, expandir a noção de marcadores culturais no campo da tradutologia. Essas discussões, por sua vez, em consonância com as análises, estão voltadas para um objetivo maior, qual seja, o de observar e expor as potências da tradução; de perceber a sua força e a sua capacidade de expandir o original, de ressignificá-lo e, assim, contribuir para a sobrevida de uma obra.