Diálise peritoneal  e qualidade de vida relacionada à saúde: um estudo longitudinal

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Oliveira, Marília Pilotto de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22132/tde-19022015-183457/
Resumo: Este estudo teve como objetivo geral analisar a evolução clínica e a QVRS de pacientes em Diálise Peritoneal (DP), dois anos após a primeira avaliação. Trata-se de uma pesquisa observacional, descritiva e analítica de delineamento longitudinal, realizada nos serviços de Diálise Peritoneal, no município de Ribeirão Preto, Estado de São Paulo, entre 2010 e 2012, tendo sido aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa sob número 1451/201. A primeira e a segunda etapas de coleta de dados foram realizadas pela pesquisadora, por meio de entrevistas, utilizando os instrumentos: Miniexame do Estado Mental, questionário de caracterização sociodemográfica, econômica, clínica e laboratorial e o Kidney Disease and Quality of Life. Foi realizada a análise descritiva dos dados sociodemográficos, clínicos, laboratoriais e de QVRS. Na análise da evolução da QVRS, foi utilizado o teste t pareado. Na determinação das variáveis preditoras de QVRS, foram empregados o teste t de Student e o Mann-Whitney, bem como o coeficiente de Correlação de Pearson. Na análise de sobrevivência, foram calculados o risco relativo não ajustado e o seu intervalo de confiança. Para estimar o risco de óbito, foram obtidas, também, as curvas de sobrevida pelo método de Kaplan-Meier, e na análise multivadiada, foram determinados os preditores de óbito, utilizando o modelo de riscos proporcionais de Cox. O nível de significância adotado foi de 5%. Dos 82 participantes da primeira etapa do estudo em 2010, na etapa de 2012 houve perda de seguimento de sete pacientes, 18 foram excluídos da avaliação da QVRS, e 23 tiveram como desfecho o óbito. Portanto 34 pacientes tiveram a QVRS reavaliada, em 2012. A maioria era mulher 21; (61,8%), idosa 19 (55,9%), com cor da pele branca 25 (73,5%), morava com o companheiro 25 (73,5%), aposentada 25 (73,5%), hipertensa 33 (97,1%), estavam em Díalise Peritoneal Ambulatorial Contínua (DPAC) 18 (52,9%), apresentavam níveis de hemoglobina 25; (73,5%) e produto cálcio/fósforo 29 (85,3%) normais e de paratormônio 24 (70,6%) alterados. O número de comorbidades e de complicações aumentou de 2,8 e 4,3 para 3,2 e 5,1, respectivamente. No período, o número médio de peritonites foi de 1,0 episódio, e a média de internações foi de 1,6 vez. Em relação à QVRS, após dois anos da primeira avaliação, os pacientes que permaneceram em DP apresentaram piora, nos escores médios do Funcionamento físico e Dor e melhora no Bem-estar emocional. As variáveis preditoras de piora da QVRS no Funcionamento físico foram a idade avançada e os maiores números de comorbidades e de complicações; esta última também foi preditora de piora da QVRS na dimensão Dor, enquanto o menor número de peritonite foi preditor de melhora na dimensão Bem-estar emocional. Sobre a análise de sobrevivência, o risco aumentado para o desfecho óbito e/ou menor sobrevida se relacionou com ter diabetes, ter quatro comorbidades ou mais, estar em DPAC, ter escore de QVRS na dimensão Funcionamento físico menor que 50. Conclui-se que a QVRS piorou nas dimensões Funcionamento físico e Dor e melhorou para o Bem-estar emocional, dois anos após a primeira avaliação. A pior QVRS, especificamente na dimensão Funcionamento físico, pôde ser considerada preditora de óbito