Diálise Urgent-start: comparação de complicações e desfechos entre diálise peritoneal e hemodiálise.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Dias, Dayana Bitencourt [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/158293
Resumo: Introdução: Poucos trabalhos avaliaram a viabilidade e os resultados entre diálise peritoneal (DP) e hemodiálise (HD) no início urgente de terapia renal substitutiva (TRS). Objetivo: Comparar DP e HD como opções de início urgente de TRS, quanto à evolução, desfechos e complicações dos pacientes. Método: Estudo quasi experimental com pacientes incidentes em DP e HD em hospital universitário brasileiro, no período de julho/2014 a dezembro/2016. Incluídos indivíduos DRC estádio final que necessitaram de TRS imediata, ou seja, HD por meio de CVC ou DP cujo cateter foi implantado por nefrologista e utilizado em 72 horas, sem treinamento prévio. Pacientes em DP foram submetidos, inicialmente, a DP de alto volume (DPAV) para compensação metabólica. Após alta hospitalar, permaneciam em DP intermitente na unidade de diálise até efetivação do treinamento. Foram comparados: complicações mecânicas e infecciosas, recuperação de função renal e sobrevida. Resultados: Foram incluídos 93 pacientes em DP (G1) e 91, em HD (G2). Os grupos G1 e G2 foram semelhantes quanto à idade (58+17 vs 60+15; p=0,49), frequência de diabetes mellitus (37,6 vs 50,5%; p=0,10), outras comorbidades (74,1 vs 71,4%; p=0,67) e parâmetros bioquímicos ao início da TRS – creatinina (9,1+4,1 vs 8,0+2,8; p=0,09), albumina sérica (3,1+0,6 vs 3,3+0,6; p=0,06) e hemoglobina (9,5+1,8 vs 9,8+2,0; p=0,44). Após seguimento mínimo de 180 dias e máximo de dois anos, não houve diferença quanto a complicações mecânicas (24,7 vs 37,4%; p=0,06) ou bacteremia (15,0 vs 24,0%; p=0,11), contudo houve diferença em relação a infecção de orifício de saída (25,8 vs 39,5%; p=0,04) e manutenção da diurese (700 (0 – 1500) vs 0 (0 – 500); p<0,001), com melhores resultados no G1. Houve melhor controle de fósforo em 180 dias no G1 (62,4 vs 41,8%; p=0,008), com menor necessidade do uso de quelante (28 vs 55%; p<0,001), de eritropoetina (18,3 vs 49,5%; p<0,001) e anti-hipertensivos (11,8 vs 30,8%; p=0,003). O tempo livre para o óbito foi maior no G1 (Log-rank = 0,02). Em análise multivariada, a DP foi fator protetor para o óbito [OR:0,25 (0,08-0,71)] e preditor de recuperação de função renal [OR:3,95 (1,01-15,4)]. Conclusão: A DP mostrou-se alternativa viável e segura em relação à HD no cenário de início urgente de TRS, com taxas de complicações e desfechos clínicos semelhantes ou melhores em relação a HD, destacando os resultados quanto ao óbito e recuperação de função renal.