Estudo da isoforma neuronal da sintase de óxido nítrico presente no sistema nervoso simpático periférico em ratas espontaneamente hipertensas (SHR) antes e após desenvolverem hipertensão arterial

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Aguiar, Andréia Fernanda Carvalho Leone
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17138/tde-10052024-105547/
Resumo: Neste trabalho, nosso objetivo foi investigar a função e a expressão da isoforma neuronal da enzima sintase de óxido nítrico (nNOS) em ratas Wistar normotensas (N) e espontaneamente hipertensas (SHR) em diferentes fases de desenvolvimento. Estudos a resposta vasoconstritora induzida pela estimulação elétrica de nervos simpáticos periarteriais (EEP) em leito arterial mesentérico (LAM) isolado e perfundido (Krebs, 4ml/min) de ratas N com 30 e 180 dias e SHR de mesma idade. Também foi investigado a influência da hipertensão arterial sobre a modulação nitrérgica da resposta simpática usando um inibidor seletivo para nNOS, S-metil-tiocitrulina (SMTC) (20µM), além de western blot e histoquímica (NADPH-diaforase) do gânglio simpático mesentérico superior. A pressão arterial nos animais de 30 dias foi maior no grupo SHR quando comparada ao grupo N (132,0±1,0 vs 115,9±2,3, SHR; P=0,01) assim como aos 180d (183,0±1,3 vs 126,7±3,1;SHR; P=0,001). Em ambos os animais a pressão arterial se elevou com o envelhecimento (126,7±3,1 vs 115,9±2,3, N; P=0,01); (183,0±1,3 vs 132,0±1,0, SHR; P=0,001). A pressão basal de perfusão dos LAM isolados de N 30d e SHR 30d não apresentaram diferenças (15,5±0,4 vs 13,4±1,0). Entretanto houve um aumento nos animais SHR 180d quando comparados aos N 180d (26,9±0,9 vs 15,7±0,4). A resposta simpática à EEP mostrou que em SHR 30d houve um aumento da resposta vasoconstritora máxima à EEP, quando comparado com N 30d (183,1 [153,3-212,9] vs (78,2 [70,2-86,2] EMAX±EPM, P= 0,001). O mesmo foi observado no grupo SHR 180d em relação ao grupo N 180d (171,1 [165,1-177,2] vs (106,1 [91,1-125,5] EMAX±EPM, P=0,003). Em animais SHR 180d houve um aumento da sensibilidade a EEP em relação ao SHR 30d (14,3 [13,8-14,9] vs (18,7 [15,4-22,0], FE50 [IC95%], P= 0,05). Em contraste, nos animais N 180d foi observado um aumento do efeito máximo em relação ao N 30d (106,1 [91,1-125,5] (78,2 [70,2-86,2] EMAX±EPM, P= 0,002). A perfusão de SMTC não modificou a resposta a EEP em preparações de animais N 30d. Porém, a SMTC produziu um aumento da sensibilidade a EEP em preparações SHR 30d quando comparadas com SHR 30d na ausência do inibidor (15,3 [13, 1-17,5] vs 18,7 [15,4-22,0], FE50 [IC95%], P=0,04). O mesmo foi observado em preparações N 180d (14,8 [12,8-16,7] vs 18,8 [14,4-22,1], FE50 [IC95%], P=0,03), não houve alterações entre as preparações de animais SHR 180d na presença ou na ausência de SMTC. A histoquímica do gânglio mesentérico superior mostrou diminuição significativa de neurônios NADPH-diaforase positivos SHR quando comparadas com N 30 e 180d (0,6±0,2 vs 2,8±0,4, P= 0,001), (0,7±0,46 vs 2,4± 0,4 P= 0.007). O Western blot mostrou uma redução significativa na expressão proteica da nNOS em gânglio mesentérico superior dos animais SHR 180d quando comparados com animais N 180d (0,1 ±0,009 vs 0,3±0,01, P=.0,005). Resumindo, os resultados desse trabalho mostram um menor número de neurônios NADPH-diaforase positivos no gânglio mesentérico superior de ratas SHR, presentes desde a fase de pré-hipertensão e mantidos durante a fase de hipertensão estabelecida, sugerindo uma relação causal entre a redução dos neurônios NADPH-diaforase positivos e o surgimento da hipertensão arterial nesse modelo. A análise dos dados funcionais e da expressão proteica da nNOS mostram que nas fases de pré-hipertensão há uma resposta adrenérgica exacerbada, modulada pelo NO, sugerindo um papel contra-regulador do óxido nítrico sobre a atividade adrenérgica. Nossos dados também mostram que esse mecanismo inicial se esgota com o tempo, uma vez que na fase de hipertensão estabelecida a atividade da enzima, assim como sua expressão encontram-se reduzidas.