A crise da autoridade na educação: o discurso e a imagem docente reformulada

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Moser, Íris Regina Fernandes
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48134/tde-30072012-152627/
Resumo: Tendo como objeto a perda progressiva da autoridade do professor, esta pesquisa foca-se sobre suas condições de possibilidade e emergência no discurso pedagógico brasileiro. Por meio da análise de artigos da Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos, publicados entre as décadas de 1940 e 1960, investiga-se o tecido discursivo que deu suporte às teorias da Escola Nova no Brasil, e suas contribuições para que uma nova imagem docente se instaurasse. A peculiaridade do contexto brasileiro, carente de um sistema nacional de educação consolidado, fez com que se aliasse aqui o velho prestígio do ofício docente, com as novas exigências da escola renovada. Progressivamente, teorias e procedimentos de cunho psicológico foram incorporadas ao discurso, transferindo a centralidade do ensino para os alunos, e reclamando ao professor uma atitude investigativa capaz de perscrutar suas personalidades. O papel docente foi então reformulado, calcado em atributos mais íntimos e pessoais, a serem cultivados via formação contínua e por uma atitude reflexiva própria. A dimensão pessoal adentrou então o coração do ensino, fazendo da interioridade a força motriz do trabalho ali realizado. Tanto o professor, como seus alunos, deveriam submeter-se às novas regulações e controles de um governo da interioridade; capaz de transferir ao domínio de si e ao auto-governo a autoridade institucional que outrora reconhecíamos por sua externalidade e intermédio do professor.