Arquitetura e educação: análise dos projetos dos grupos escolares construídos no 2° Convênio Escolar Paulista (1949- 1953)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Silva, José Lito Salustriano da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48135/tde-19112024-152530/
Resumo: A produção deste trabalho se deu no âmbito da área de concentração Cultura, Filosofia e História da Educação, do Programa de Pós-Graduação em Educação da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo. as questões que estão norteando esta pesquisa são: como se revela a cultura material dos grupos escolares construídos no período de 1948 a 1959 pela Comissão Executiva de Convênio Escolar no município de São Paulo, em seus aspectos arquitetônicos? E, neste sentido, quais foram os impactos da atuação da Comissão para a oferta de ensino no município de São Paulo? Os objetivos foram identificar como se revela a cultura material dos grupos escolares construídos no período de 1949 a 1953 pela Comissão Executiva de Convênio Escolar no município de São Paulo, em seus aspectos arquitetônicos, além de especificar quais foram os impactos da atuação da Comissão Executiva para a oferta de ensino no município de São Paulo. Assim, tomou-se como ponto de partida um levantamento bibliográfico histórico sobre os processos de urbanização e industrialização de São Paulo, a fim de verificar as mudanças socioeconômicas que conduziram o Brasil à Proclamação da República e as mudanças econômicas do estado de São Paulo. A seguir, foram abordadas informações a respeito da gênese do delineamento dos grupos escolares, caracterizando as mudanças de ideais de cidadão para contribuir no avanço de uma sociedade modernizada, com educação laica e gratuita para todos a partir da Primeira República, partindo dos pressupostos das interferências do movimento escolanovista no Brasil, encabeçadas por Anísio Teixeira e Fernando de Azevedo. Por fim, foram analisadas as escolas projetadas no segundo convênio escolar e seus autores, a partir da análise e apresentação de cinco projetos. A partir dessas informações, foram realizadas análises qualitativas oriundas de uma extensa pesquisa documental, desenvolvida em três fases: pesquisa bibliográfica focada no levantamento histórico sobre o desenvolvimento de urbanização e industrialização de São Paulo, levantamento bibliográfico sobre o trabalho da Comissão Executiva do Convênio Escolar e por último, levantamento e análises dos documentos referentes à atuação da Comissão Executiva. Nesta pesquisa, foram analisados os projetos de cinco escolas elaborados pela Comissão Executiva do 2º Convênio Escolar Paulista. A análise mostrou que esses projetos se articulam com os preceitos escolanovistas ao enfatizarem a flexibilidade dos espaços, a promoção da interação entre alunos e professores, e a valorização da iluminação natural e da ventilação, que são elementos centrais para um ambiente de aprendizagem saudável e dinâmico. Essas características refletem uma clara aproximação com as ideias de Anísio Teixeira, especialmente em sua defesa de uma educação democrática e inclusiva, que privilegia o desenvolvimento integral dos estudantes. Além disso, constatou-se que os arquitetos e engenheiros responsáveis pelos projetos buscaram consolidar a arquitetura moderna, incorporando princípios como a funcionalidade, a simplicidade das formas e o uso de materiais como concreto e vidro. Esses aspectos se enquadram na estética moderna da época, que visava aliar eficiência e estética em projetos que atendessem às demandas educacionais e sociais de um período marcado por inovações pedagógicas e arquitetônicas. De modo geral, foi possível concluir que a arquitetura do 2º Convênio Escolar buscou adequar os espaços escolares dos seus projetos à escala da criança.