Tempo e voz: o percurso trágico-ideológico na narrativa de José Saramago

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 1997
Autor(a) principal: Allemand, Maria Lucia de Oliveira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8150/tde-14092022-122428/
Resumo: A proposta deste trabalho é a de investigar a hipótese de uma oscilação trágico-ideológica em cinco romances de José Saramago - Levantado do chão, Memorial do convento, O ano da morte de Ricardo Reis, História do cerco de Lisboa e O evangelho segundo Jesus Cristo - através da análise das categorias literárias de tempo e voz narrativa. Valendo-se das técnicas de tratamento do tempo, o narrador organiza a matéria diegética, fixa-lhe a duração, ordena-a na seqüência do enunciado e singulariza-a ao longo do texto, atribuindo, desta forma, ordem e sentido aos acontecimentos. Como unificador do enredo, o narrador se faz ideólogo. Por outro lado, os comentários e as intervenções da voz narrante, marcam um descentramento do poder discursivo, reenviando-nos para o território da desordem, onde reinam o caos e a pluralidade. Da confluência de ambas as posturas, surge um texto entrecortado pelas questões da contemporaneidade, no qual coexistem elementos modernos e pós-modernos. Em suma, tempo, voz e texto estão estruturados na ficção de José Saramago como uma resposta da atual literatura portuguesa às perplexidades suscitadas pela cultura da pós-modernidade