Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Nogueira, Gustavo de Almeida |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8151/tde-20032019-122647/
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Resumo: |
O objetivo dessa dissertação é a análise da produção ensaística e do conteúdo das aulas ministradas pelo jovem Samuel Beckett no final dos anos 1920 e início dos anos 1930, focando-se nas considerações do irlandês a respeito do romance modernista. O material analisado compreende essencialmente o ensaio Dante...Bruno.Vico..Joyce (1929), a monografia Proust (1931) e as anotações da aluna Rachel Burrows tomadas das aulas ministradas por Beckett na Trinity College de Dublin nos anos 1930 e 1931, compiladas e comentadas no volume crítico Beckett before Beckett (2008) de Brigitte Le Juez. Intentamos enfatizar o que há de particular e de interessado nas leituras do jovem em seu início de carreira literária, buscando dar relevo às tomadas de posições estéticas, explícitas ou implícitas, em suas críticas e em suas aulas. Da influência marcante de seu conterrâneo James Joyce, comentamos o procedimento modernista de adicionar notas intertextuais às obras literárias e a busca por uma linguagem na qual forma e conteúdo encontre máxima fusão. De Proust, realçamos a veia estrategicamente pessimista da leitura beckettiana, analisando sua exposição do conceito de Hábito, as problemáticas da percepção distorcida do objeto pelo sujeito, e a complexidade da construção da personagem literária em constante mutação. Visando ilustrar de que modo tais tomadas de posições estéticas se desenvolveram na prática de sua produção ficcional, lançamos mão também da análise de determinados aspectos de seu primeiro romance, Dream of Fair to Middling Women, escrito em 1932, mas publicado apenas postumamente em 1992. De suas aulas, debatemos a impessoalidade do narrador e a exposição da complexidade incoerente da sucessão de eventos e personagens como critérios que orientam a defesa de Stendhal e Flaubert como precursores do romance modernista e a escolha de Balzac como alvo central de suas críticas à artificialidade da concatenação plausível de eventos do romance e da coerência lógica das personagens. Por fim, debatemos as razões da escolha beckettiana de André Gide como escritor exemplar do romance modernista francês em suas aulas, levando em conta o interesse do irlandês pelas considerações de Gide sobre a obra de Dostoievsky. Concluímos indicando a importância conferida por Beckett à incorporação da crítica e à exposição da incoerência dos elementos do romance como sinais de uma afinidade a uma estética do fracasso. |