Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2011 |
Autor(a) principal: |
Espíndola, Évellyn Aparecida |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/18/18139/tde-09062011-152841/
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Resumo: |
O município de Bom Repouso, localizado no Estado de Minas Gerais, possui cerca de 50% de sua população residindo em área rural, revelando-se, a cada ano, como um dos maiores produtores de batata e morango em nível nacional. No entanto, estudos prévios desenvolvidos na região têm demonstrado que, entre outras atividades impactantes, encontra-se a do uso intensivo de fertilizantes e agrotóxicos, colocando em risco a saúde da população local e a dos ecossistemas. Pelo exposto surge a hipótese de que parte dos impactos encontrados pode ser decorrente da falta de informações e compreensão dos agricultores, associado ao baixo nível de escolaridade e negligência ao uso desses produtos. Considerando-se essa temática, procurou-se identificar e analisar a percepção de agricultores do município de Bom Repouso em relação aos riscos à saúde e ao meio ambiente, inerentes ao uso intensivo de agrotóxicos, bem como contribuir com pesquisas já realizadas no campo da percepção ambiental e como subsídios às estratégias de comunicação e o gerenciamento de riscos por parte do Poder Público na região. Para tanto, foram utilizados alguns instrumentos metodológicos como visitas a campo e observação (entre 2009-2010), elaboração de uma planilha de Avaliação Preliminar de Perigo (APP) por parte da pesquisadora, bem como a aplicação da mesma planilha a 50 agricultores (selecionados entre os 22 bairros do município e, preferencialmente, naqueles com maior desenvolvimento da agricultura), em julho de 2010, avaliando sua percepção sobre os perigos e riscos associados ao modelo vigente de produção. Dados pretéritos (obtidos em 2005-2007) também foram incorporados na pesquisa, os quais possibilitaram reconhecer o perfil socioeconômico dos agricultores e um pouco da estruturação local. Por meio dos resultados obtidos verifica-se a expansão da agricultura no município nos últimos anos, implicando em problemas sociais e ambientais relacionados à falta de planejamento no setor e a forma de condução da atividade. Por outro lado, considerando as hipóteses levantadas, é possível inferir que não existe falta de informações em relação ao uso de agrotóxicos e seus efeitos, pois em sua maioria (70%) os entrevistados têm noção dos perigos e riscos associados, implicando em danos a saúde e ao meio ambiente, embora suas atitudes (como o não uso do EPI, armazenamento e forma de utilização do produto) demonstrem total negligência. Portanto, as atividades agrícolas mal planejadas decorrem mais de outros aspectos, como os culturais, além da falta de incentivo econômico e político para que outras formas alternativas da agricultura sejam fomentadas na região. Desta forma, verifica-se que os agricultores acabam realmente sendo agentes ativos do processo, mas, por outro lado, se tornam vítimas da própria situação, ou seja, das práticas agrícolas existentes. |