Percepção de risco do uso de agrotóxicos por trabalhadores rurais no Brasil.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: MASCARENHA, Ticyanna Kallynne Simões de Farias
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Campina Grande
Brasil
Centro de Ciências e Tecnologia Agroalimentar - CCTA
PÓS-GRADUAÇÃO EM SISTEMAS AGROINDUSTRIAIS
UFCG
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/828
Resumo: A introdução dos agrotóxicos no Brasil impulsionou o aumento da produção agrícola e, consequentemente, promoveu a expansão do agronegócio. Estes produtos químicos, entretanto, acarretam sérios agravos ao meio ambiente e a saúde humana, em especial, a do trabalhador rural, que tem contato direto com as substâncias tóxicas. Na perspectiva de avaliar a percepção de risco ambiental e para a saúde, por parte dos trabalhadores rurais, em relação a estes agroquímicos realizou-se uma revisão integrativa de literatura. Este estudo selecionou 20 artigos datados de 2007 a 2014, todos de conteúdo nacional, analisados com o intuito de obter informações relevantes, referente ao conhecimento dos trabalhadores rurais em relação aos males que os agrotóxicos podem ocasionar tanto à saúde quanto aos recursos naturais. Dos resultados da análise ficou evidente que a maioria das publicações, inicialmente, atribuía à baixa escolaridade dos trabalhadores a falta de cuidados ao manuseio, armazenamento e descarte destas substâncias. Foi percebido, no entanto, que esta hipótese é, em parte, refutada por não ser a única responsável pelo uso indiscriminado desta substância química, visto que muitos artigos deixam claro que há sim, por parte dos agricultores a percepção de risco. Prevalece, entretanto, a exigência de produções por parte do agronegócio vigente, o que faz com que o agrotóxico seja visualizado como única solução para boas safras, induzindo o trabalhador a fazer um discurso de negação do risco como instinto de defesa. Outro aspecto perceptível no agricultor é o fator cultural, evidenciado por crenças que vêm sendo propagadas por gerações. Da análise realizada conclui-se a necessidade de um trabalho de conscientização acerca dos riscos ocasionados pelos agrotóxicos e que este deva ser realizado de forma associada aos todos os atores envolvidos. É sugerida a prática e adoção de um protocolo voltado para o trabalhador rural que aborde em especial os agrotóxicos no âmbito da atenção primária por parte das Estratégias de Saúde da Família (ESFs), em especial as localizadas na zona rural; Inserção do assunto como debate nas escolas; políticas públicas educativas associadas a projetos com incentivo financeiro e apoio do Estado no sentido de disponibilizar mercado para uma agricultura sustentável. Soma-se a esta alternativa uma política de supervisão e fiscalização severa, passível de aplicação de pena àqueles que descumprirem a lei.