Mallarmé de volta à França. Retradução e recepção em \"The Impressionists and Édouard Manet\"

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Micaelia, Caroline Pessoa
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8146/tde-17122019-182440/
Resumo: Este trabalho procura estudar, sob os vieses da recepção e da retradução, um artigo de Stéphane Mallarmé tão pouco conhecido como fundamental: The Impressionists and Édouard Manet (1876). Pouco conhecido devido, entre outras coisas, ao fato de atualmente se desconhecer o paradeiro do manuscrito francês, restando apenas uma tradução em inglês aqui considerada como original , trata-se de um artigo fundamental na medida em que, nele, o poeta lança as bases de seu estilo tardio e de sua teoria crítica, formalizados em Divagations (1897). Concorrem para esse duplo status, por um lado, as duas publicações do original inglês na França, e, por outro, a elaboração de seis retraduções francesas ao longo do século XX e início do XXI. Em vista de tais dados, a tentativa do presente estudo é observar em maior detalhe esse texto; sua história, seu lugar na obra mallarmeana e a historicidade de suas aparições na França face à historicidade da própria recepção francoanglófona da obra de Mallarmé. Para tanto, apresenta-se, em primeiro lugar, o original inglês acompanhado de uma retradução em português. Passa-se a uma reflexão sobre a importância desse texto. Revisita-se, em seguida, algumas leituras de peso no trajeto crítico que procurou dar conta da obra do poeta, desde sua contemporaneidade até aproximadamente os nossos dias. Encerra-se, por fim, com uma pormenorização dos eventos nos quais o artigo de Mallarmé voltou a terras francesas seja editorialmente, em versão inglesa, seja tradutoriamente, em retradução ao francês , tendo por plano de fundo uma meditação sobre os procedimentos de manipulação (LEFEVERE, 1992) editorial, tradutória, crítica que acompanharam esses eventos. Sustenta-se, com isso, que The Impressionists and Édouard Manet, apesar dos caminhos tortuosos pelos quais conduziram-no, é um texto imprescindível para pensar a poética mallarmeana por pautar pela primeira vez a ideia de crise, por dar indícios do que viria a ser o poema-crítico e o estilo tardio da prosa de Mallarmé, e por ser, antes de tudo, uma tradução.