Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2011 |
Autor(a) principal: |
Lobato, Cirley Maria de Oliveira |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6132/tde-07052021-163233/
|
Resumo: |
Introdução: Vários fatores têm sido apontados como associados à progressão da hepatite B crônica para cirrose, entre eles o genótipo, mutações do VHB, status do HBeAg, infecção concorrentes com o VHD, HIV, VHC, assim como o uso de álcool, alterações metabólicas e idade em que ocorreu a infecção. No entanto, essa questão ainda não foi estudada na Amazônia Ocidental brasileira, área hiperendêmica de hepatite B. Objetivo: descrever os aspectos clínico-epidemiológicos e investigar fatores associados à progressão da cirrose numa coorte de pacientes com hepatite crônica pelo vírus B residente no estado do Acre, atendidos em serviço especializado entre 2000 e 2009. Métodos: estudo de coorte retrospectiva, abrangendo 672 pacientes com hepatite crônica pelo vírus B matriculados no Serviço de Assistência Especializada, Rio Branco, Acre, na Amazônia Ocidental, selecionados no período de 2000 a 2009 e acompanhados até 2010. Os dados foram obtidos mediante consulta a prontuários, complementados por entrevista, exames físicos e laboratoriais. Os casos de cirrose hepática foram confirmados pela presença de fibrose, formação de nódulos parenquimatosos regenerados ou em regeneração ao exame anatomopatológico (F3 e F4) e/ou pela presença de sinais de descompensação hepática ou de hipertensão portal demonstrada através da ultrassonografia abdominal e endoscopia. Foram excluídos do estudo os pacientes que apresentaram hepatocarcinoma, coinfecção com o HIV no momento da primeira avaliação. As variáveis de interesse foram: sóciodemográficas; características relativas à transmissão, aspectos clínicos e laboratoriais. Inicialmente, descreveram-se as características dos pacientes mediante comparações de proporções e médias aplicando-se para variáveis categóricas o teste do qui quadrado e exato de Fisher; e para as variáveis contínuas o teste de Kruskall-Walis. Para a investigação dos fatores, associados à evolução para cirrose, a variável dependente foi a cirrose hepática e as independentes as exposições de interesse, estimaram-se as odds ratio não ajustadas e ajustadas e os respectivos intervalos de 95% de confiança (IC95%) pela regressão logística condicional. Resultados: O tempo médio de acompanhamento foi de 52,7±12,8 meses; 8,5% (57/672) dos pacientes evoluíram para cirrose, com uma taxa de incidência de 26,8/1000 pessoa ano. Mostraram-se independentemente associados à evolução para cirrose: pertencer ao sexo masculino (OR=2,2; IC95%: 1,1 - 3,7); co-infecção com VHC (OR= 4,6; IC95%: 1,2-17,8); co-infecção pelo VHD na presença de HBeAg (OR = 4,0; IC95%:1,3-11,9); co-infecção pelo VHD na presença de Anti HBe (OR = 7,1; IC95%:1,2-17,8 ), presença de gama GT >2 LSN (OR = 2,7; IC95%:1,3-5,4). Conclusão. O presente estudo apontou o risco elevado de progressão da hepatite B crônica para cirrose, identificou marcadores laboratoriais prognósticos de evolução para cirrose, assim como seus principais preditores na área de estudo, salientando a importância de políticas públicas com foco no controle dessa infecção, assim como de condutas clínicas voltadas ao monitoramento de complicações das formas crônicas relacionadas à co-infecção com VHC e VHD. |