Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Gomes, Sidmar Silveira |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48134/tde-11042019-120124/
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Resumo: |
O presente estudo configura-se como uma mirada histórico-filosófica que, tendo como inspiração a arqueogenealogia de Michel Foucault, se devota a inventariar de que modo, ao longo de seus deslocamentos, emergências e contingências, o teatro infantil brasileiro afiliouse ao ideário educacional e, por fim, aos processos de espraiamento das práticas educativas pelo tecido social. A historiografia do teatro brasileiro elege a montagem de O casaco encantado, de Lúcia Benedetti, em 1948, como marco do teatro voltado às crianças. As fontes empíricas nas quais este estudo se baseia o jornal carioca Correio da Manhã (1901-1974) e a Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos (1944-2017) revelam dois acontecimentos simultâneos à sobredita fundação do teatro infantil. O primeiro deles diz respeito à discursividade corrente no início do século XX sobre a infância como problema, flagrada nos debates sobre as temáticas do infanticídio, da degeneração e da delinquência infantis. O segundo acontecimento refere-se à emergência do discurso escolanovista entre as décadas de 1930 e 1950, afirmando o viés educativo como forma de superação de uma infância tida como problemática, via o projeto de ajustamento, de autonomia e de emancipação do alunado. Nesse contexto, a Escola Nova terse-ia apropriado das práticas teatrais infantis para o alcance de seus objetivos, fomentando relações de reciprocidade entre o teatro infantil não escolar e o teatro escolar infantil. Mediante tal configuração, o presente estudo devota-se a uma releitura da constituição do teatro infantil em solo brasileiro, partindo da hipótese de que o cuidado com a criança e as iniciativas artísticas da primeira metade do século XX teriam sido responsáveis por um governamento de tipo artístico-pedagógico da infância, doravante lastreado por uma espécie de pedagogia do bemestar infantil. Assim, o teatro para crianças comportaria duas facetas de um mesmo processo de educabilidade dos cidadãos: de um lado, o governo da infância incitaria a edificação de um sujeito maduro, livre, sadio e empreendedor de si, culminando no apelo à adultização e à invenção de um modo renovado de ser criança; por outro, o governo pela infância despontaria associado ao rol de saberes e práticas de afirmação e de disseminação dos cuidados infantis, colaborando para a fixação de um adulto impedido moral e juridicamente de exercer maustratos à criança. |