Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Menezes, Pedro Ferro Lima |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5178/tde-08022024-155018/
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Resumo: |
Introdução: o valor do ânion gap (AG) ajuda a interpretar e atuar mais adequadamente nos distúrbios de acidose metabólica. Nos casos de elevação do AG, há uma relação esperada entre a elevação do AG e a variação do bicarbonato sérico. Sendo assim, pode-se avaliar se há ainda outros distúrbios metabólicos associados calculando o deltaAG/deltaBic. Valores fora da faixa considerada normal podem indicar precocemente se há outros distúrbios associados e sugerir possíveis etiologias com mais precisão e adequados cuidados. Portanto, são os objetivos caracterizar com maior exatidão a acidose metabólica e associações em pacientes cirúrgicos e possíveis complicações relacionadas a este problema. Metodologia: foram envolvidos pacientes no pós-operatório em três UTIs de hospitais terciários e avaliados exames laboratoriais na admissão e após 24 horas de internação. Pacientes com diferentes distúrbios de acidose metabólica e a relação deltaAG/deltaBic foram comparados entre si em relação a complicações na UTI e mortalidade em 30 dias. Aos pacientes com acidose metabólica e ânion gap elevado, somente no período após as 24 horas, foi aplicada a relação deltaAG/deltaBic e separados em três grupos conforme os resultados: acidose metabólica com ânion gap elevado sem distúrbios associados, acidose metabólica com ânion gap elevado associado a hipercloremia e por fim acidose metabólica com ânion gap elevado associado a alcalose. Resultados: foram avaliados 621 pacientes cirúrgicos admitidos em UTI, com 300 (48,3%) sem acidose e 321 (51,7%) com algum tipo de acidose. Destes, 201 (32,4%) pacientes apresentavam AG elevado e 120 (19,3%) apresentavam acidose hiperclorêmica e AG não alterado. Após 24 horas, 140 pacientes permaneceram com acidose metabólica com AG elevado. Esses 140 pacientes foram submetidos ao cálculo do deltaAG/deltaBic, com seus resultados separados em três grupos: primeiro grupo com 101 pacientes e associação deltaAG/deltaBic < 1,0 (hipercloremia associada), segundo grupo com 18 pacientes e deltaAG/deltaBic de 1,0 a 1,6 (sem distúrbio misto) e por fim o grupo com deltaAG/deltaBic > 1,6 (associado a alcalose) com 21 pacientes. No geral, pacientes com acidose metabólica e AG elevado apresentaram menor sobrevida em 30 dias (HR = 3,72; IC 95% 1,11-12,89). Nos pacientes com acidose metabólica com ânion gap elevado sem distúrbios associados houve uma maior proporção de complicações cardiovasculares (p = 0,001) em relação aos outros pacientes com distúrbios mistos. Além disso, a mortalidade dos pacientes com deltaAG/deltaBic entre 1-1,6 (sem distúrbio misto) foi maior (44,4%), em relação aos pacientes com hipercloremia associada e deltaAG/deltaBic < 1,0 (17,8%) e nos pacientes com alcalose associada e deltaAG/deltaBic >1,6 (19%). Conclusão: o deltaAG/deltaBic é útil para avaliar possíveis distúrbios mistos de acidose metabólica com ânion gap aumentado e foi notado que após avaliação deltaAG/deltaBic muitos casos de acidose hiperclorêmica ainda foram identificados. A associação de acidose metabólica com ânion gap elevado sem distúrbio misto correlacionou-se com pior desfecho nos pacientes cirúrgicos |