Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF): uma nova estratégia de reorganização da atenção em saúde mental?

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Ramos, Flávia Thaís
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17139/tde-14072014-115404/
Resumo: Analisar o processo de implantação do NASF e a reorganização do serviço de Saúde Mental (SM) sob a percepção dos profissionais envolvidos no cenário da Atenção Primária de Saúde (APS) da cidade de Botucatu- SP. Métodos: Trata-se de uma pesquisa qualitativa, através da coleta de dados de entrevistas semiestruturadas e fontes de dados secundários produzidos pelo NASF, no ano de implantação deste serviço. O perfil sociodemográfico dos entrevistados e as fontes de dados secundários foram analisados estatisticamente. As entrevistas foram transcritas, categorizadas e analisadas, conforme o conteúdo temático. Resultados: Os entrevistados eram 90,6% do sexo feminino, com média de idade de 32 anos. Quase um terço nunca realizou cursos em Saúde da Família (SF). Os casos discutidos com o NASF foram 67,3% da área estratégica de SM e em sua maioria, feitos por profissionais de nível superior. E 22% dos casos discutidos foram de pacientes com idade inferior a 12 anos. O tratamento da maioria dos casos (93%) foi realizado na APS, porém a Equipe de Referência (ER) não assumiu a coordenação dos projetos terapêuticos singulares. A ER entende o NASF como uma equipe de apoio multiprofissional, mas demonstra dificuldade na execução do matriciamento. O processo de implantação do NASF provocou um desconforto na ER por falta de preparo e conhecimento insuficiente sobre essa estratégia. O conceito de SM relatado pela maioria dos entrevistados foi de uma condição de bem-estar das pessoas. As abordagens em SM são realizadas pela maioria dos profissionais da ER, no entanto, não reconhecem esta prática. Já os profissionais do NASF relatam desenvolvê-la no apoio matricial e acreditam que esta deva ser explorada em todos os espaços da unidade. A ER refere acolher queixas psicossociais, porém confia que a continuidade do cuidado deva ser de responsabilidade dos serviços especializados ou dos profissionais de nível superior. Conclusão: A presença do NASF na APS tem como objetivo matriciar os profissionais da ER para o atendimento a pacientes de diversas áreas estratégicas e apoiar a rede da APS na reorganização do serviço de SM. Porém a implantação deste serviço sem o planejamento participativo e adequado culminou na criação de um serviço fragmentado de especialidades, dentro da APS.