Matriciamento na atenção primária à saúde: o trabalho do psicólogo no NASF no município de São Paulo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Klein, Ana Paula
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5137/tde-03022016-144719/
Resumo: Com o intuito de fortalecer a Estratégia Saúde da Família e aumentar sua resolutividade, foi criado o Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF). Essa proposta privilegia a metodologia de trabalho do Apoio Matricial, que possibilita a troca de saberes entre diferentes profissionais. O presente estudo teve como objetivo analisar a concepção e a prática da atividade de matriciamento realizada por psicólogos que trabalham no NASF no município de São Paulo para as Equipes da Estratégia Saúde da Família (EqSF). Foi utilizada a metodologia qualitativa e a análise dos dados foi de conteúdo do tipo temática. Foram realizadas quinze entrevistas semiestruturadas em profundidade com psicólogos que atuam em diferentes regiões do município. A troca de saberes e a capacitação apareceram como os principais significados da concepção de matriciamento. A prática revelou dificuldades, como a divisão desigual de tarefas, em que as EqSF devem se responsabilizar pela assistência direta à população enquanto o NASF ocupa o lugar daquele que capacita e supervisiona, gerando uma grande tensão sobre de quem é a responsabilidade da assistência, e assimetrias de poder dos especialistas em relação aos profissionais da EqSF. Há desvalorização do núcleo de competência em detrimento ao campo, falta de estabelecimento de parâmetros do que é comum a todos e o que é específico a cada profissional, ocasionando dificuldades de trabalho conjunto, organização do trabalho com divisão de profissionais não escolhidos de acordo com os casos e necessidades de saúde do território, falta de recursos na Atenção Primária à Saúde (APS), sobrecarregada com o excesso de demanda para o contingente de profissionais disponíveis, e uma gestão percebida pelos profissionais como fraca, fragmentada e pouco acolhedora. Apesar das dificuldades encontradas, os psicólogos contribuem com o matriciamento com uma ampliação do olhar para o reconhecimento da subjetividade implicada nos processos de saúde-doença nas dinâmicas pessoais e familiares, na identificação dos aspectos emocionais, na qualificação da escuta sem julgamento e na desmitificação de transtornos mentais. O Apoio Matricial necessita, para efetivar-se, do reconhecimento de quais aspectos dizem respeito ao campo da APS, e que são comuns a todos, e quais são as especificidades dos núcleos de competência que cabem aos profissionais do apoio se responsabilizar, propiciando encontros mais horizontais e divisão de trabalho mais democrática e colaborativa, em conjunto com a ampliação de recursos para a construção de uma APS abrangente e integral