Micobactérias de crescimento rápido de importância médica no Brasil: eficácia antimicrobiana de desinfetantes e sistema de esterilização por plasma

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: Silva, Juliano de Morais Ferreira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/9/9139/tde-30092011-153348/
Resumo: Práticas inadequadas de descontaminação, desinfecção e esterilização de materiais médico-hospitalares têm propiciado o surgimento de inúmeros surtos de infecções por \'Micobactérias de Crescimento Rápido\' (MCR), em todo o Brasil. Entre os anos de 2000 a 2008 foram relatados mais de 2000 casos confirmados de infecções por MCR, sendo que os procedimentos por vídeo se constituíram como os maiores veiculadores destes microrganismos. O aumento do emprego de dispositivos de natureza polimérica em procedimentos médico-cirúrgicos e ausência/não cumprimento de protocolos de processamento destes materiais podem estar envolvidos na disseminação, principalmente, pela capacidade de MCR produzirem e sobreviverem em sistemas de biofilmes. Desta forma, este trabalho teve como objetivo a avaliação da susceptibilidade de cepas de Mycobacterium abscessus subsp. bolettii (suspensão e biofilmes), causadoras ou não de surto, frente a desinfetantes químicos constituídos de: Glutaraldeído 2%, Ácido Peracético 0,2%, Peróxido de Hidrogênio 35%, Solução Alcoólica de Digluconato de Clorexidina 0,5%, Solução Aquosa de Clorexidina 0,2%, Compostos de Amônio Quaternário 1,2%, Iodo 1% e Fenol 5% e Sistemas de Esterilização por Plasma (RIE e ICP) empregando mistura gasosa O2-H2O2. Paralelamente, suportes poliméricos (PVC, PEAD, PP, PUR e PC) empregados como carreadores de MCR foram analisados por Espectroscopia Fotoacústica no Infravermelho (PAS-FTIR), Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV), microanálise em Sistema Energy Dispersive Spectroscopy (EDS) e Perfilometria. Resultados destas investigações demonstraram a resistência das cepas de M. abscessus subsp. bolettii, isolada do surto ocorrido em Belém, frente a Glutaraldeído 2%, Solução Alcoólica de Digluconato de Clorexidina 0,5%, Solução Aquosa de Clorexidina 0,2%, Compostos de Amônio Quaternário 1,2% e Iodo 1%. Entretanto, estas cepas foram altamente sensíveis à Ácido Peracético 0,2%, Peróxido de Hidrogênio 35% e Fenol 5% e Sistema de Esterilização por Plasma (RIE). Em sistemas de biofilmes, as cepas padrão e M. abscessus subsp. bolletii se apresentaram resistentes a todos os desinfetantes estudados. Nos estudos envolvendo a integridade de polímeros frente a processos por plasma foram demonstradas modificações em nível superficial (oxidação e aumento da rugosidade) em todos os materiais processados, sendo que o sistema ICP apresentou-se mais agressivo em relação àquele empregando RIE.