Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2017 |
Autor(a) principal: |
Sabagh, Bruna Peres |
Orientador(a): |
Villas Boas, Maria Helena Simões,
Trugilho, Monique Ramos de Oliveira |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: |
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/50465
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Resumo: |
Em 2008, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) divulgou uma nota técnica, informando, que de 2003 até 2008, haviam sido notificados mais de 2.000 casos de infecções hospitalares por Micobactérias de Crescimento Rápido em hospitais particulares do país, relacionados principalmente a procedimentos videolaparoscópicos. Um fator comum foi a predominância de um determinado clone de Mycobacterium abscessus subsp. bolletii, que acometeu principalmente a pele e o tecido celular subcutâneo dos pacientes. Após esses surtos, várias medidas foram tomadas pela Anvisa, entre elas, a suspensão da esterilização química por imersão de instrumental cirúrgico em qualquer agente esterilizante líquido. As investigações concluíram que os surtos se deviam a falhas no reprocessamento de equipamentos médicos críticos, que eram esterilizados principalmente pelo uso de glutaraldeído a 2%. Essas decisões se basearam em observações empíricas, pautadas exclusivamente na observação do que estava ocorrendo na prática hospitalar. Até hoje não foi elucidada a relação de M. abscessus subsp. bolletii e a sua alta tolerância ao glutaraldeído. O objetivo deste estudo foi avaliar em paralelo as cepas de M. abscessus subsp. bolletii, CBRVS 00594 (altamente tolerante - AT) e CRM 270 (médio tolerante - MT), a fim de contribuir para a elucidação dos mecanismos que conferem resistência ao glutaraldeído. Para tal, foi utilizada a abordagem proteômica para analisar o perfil de proteínas expressas pelas duas cepas e também foi verificada a formação de biofilme em diferentes concentrações de glutaraldeído. Os resultados da análise comparativa da formação de biofilme por M. abscessus subsp. bolletii CBRVS 00594 demonstraram que o microrganismo foi capaz de formar biofilme tanto no disco de policarbonato quanto no de aço inox, mesmo em concentrações elevadas de glutaraldeído. Houve redução da formação de biofilme quando o microrganismo foi exposto às concentrações de 1,0% e 1,5% de glutaraldeído, sem que fosse observada sua total destruição. Na análise por microscopia epifluorescente, foi verificada a presença de aglomerados e de bactérias isoladas, tanto na ausência quanto na presença de diferentes concentrações de glutaraldeído. Todas as cepas analisadas pela microscopia de varredura confocal a laser desenvolveram o biofilme após 7 e 14 dias de incubação. Porém, após 14 dias de incubação, o microrganismo demonstrou uma considerável diminuição da quantidade de células viáveis na presença e ausência de glutaraldeído. Foi observada também a presença de células viáveis no biofilme, mesmo após 14 dias de crescimento, na presença de altas concentrações de glutaraldeído. Após análise quantitativa usando técnicas proteômicas, inferimos 4.126 proteínas na cepa AT e 4.041 na cepa MT. Considerando o perfil de sensibilidade das cepas (diferentes condições biológicas), foram identificadas 189 e 185 proteínas presentes em apenas uma condição biológica, MT ou AT, respectivamente. Além disso, foram inferidas 3.971 proteínas em comum. O número total de proteínas diferencialmente abundantes nas comparações entre as duas cepas foi de 304. A análise funcional das proteínas de interesse mostrou proteínas relacionadas à patogenicidade, à regulação, ao transporte, às enzimas modificadoras de antibióticos, à bomba de efluxo, entre outros. Esperamos que os dados obtidos com a realização deste trabalho possam contribuir de maneira efetiva no controle e prevenção dessas infecções. |