Interlocuções entre Sándor Ferenczi e Otto Rank: uma ampliação dos recursos teórico-metodológicos da psicanálise

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Ribeiro Azevedo, Ana Laura
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47131/tde-01072024-152434/
Resumo: Esse trabalho tem como objetivo apresentar a história da parceria entre Sándor Ferenczi e Otto Rank, dois importantes pioneiros da psicanálise, e os desdobramentos dessa colaboração nas vidas e produções metodológicas derradeiras dos autores. Trata-se de uma pesquisa composta por dois eixos de investigação, que se entrelaçam: um eixo em história da psicanálise e um eixo de análise teórico-conceitual. Constatou-se que os dois tiveram uma participação bastante ativa na política do movimento psicanalítico e, na maior parte das vezes, alinhada. Por anos, eles se dedicaram a questões diferentes dentro do campo psicanalítico, mas, no início dos anos 1920, se uniram para escreverem o paradigmático Metas do Desenvolvimento da Psicanálise. O livro, dedicado exclusivamente à técnica, introduz um ponto de vista intersubjetivo e relacional, que contrastava com o modelo analítico excessivamente interpretativo e intelectualizado. Os dois também foram pioneiros em tematizar, cada um à sua maneira, a importância da relação primária vivenciada entre a figura materna e o bebê, e a introduzir outras leituras acerca do trauma. Em função de tensionarem, em maior ou menor medida, elementos importantes da doutrina freudiana, buscando sua ampliação, suas ideias foram consideradas controversas por uma ala mais conservadora do movimento psicanalítico. A parceria entre eles, outrora tão frutífera, foi desfeita, em meio a essa polêmica, de modo que Ferenczi permaneceu, ainda que com ressalvas, dentro do campo psicanalítico, ao passo que Rank rompeu com o freudismo, construindo uma carreira autoral nos Estados Unidos. Após falecerem, suas proposições mais inovadoras foram atribuídas a adoecimentos psíquicos pelos quais eles teriam sido, supostamente, acometidos. Embora o legado de Ferenczi para a psicanálise seja inegável, e cada vez mais reverenciado, o nome de Rank segue sendo pouco mencionado dentro das instituições psicanalíticas dominantes. Assim sendo, o presente trabalho se alia a um movimento que busca resgatar a dignidade intelectual desses autores, valorizando a importância que tiveram, ainda que em medidas diferentes, para o movimento psicanalítico.