Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2009 |
Autor(a) principal: |
Almeida, Marilia Marra de |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47132/tde-18032010-105752/
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Resumo: |
O conceito de regressão, em psicanálise, apresenta múltiplos aspectos. Sua presença está na explicação metapsicológica da formação dos sonhos, como também na descrição de fenômenos que indicam modos de satisfação, de relação de objeto e formas de expressão primitivos de pacientes em análise. Apontando para a dimensão primária do psiquismo humano, a regressão foi o mote das controvérsias entre Freud e Ferenczi, pela aposta deste último no potencial terapêutico desse fenômeno. Sua significação heterogênea confere uma posição estratégica a esse conceito para o estudo da articulação entre teoria e clínica psicanalítica. Nosso estudo tem como objetivo considerar os diversos sentidos da regressão, tendo como autores de referência aqueles que se debruçaram sobre esse tema: Sandor Ferenczi, Michel Balint e Donald Winnicott. Trata-se de um estudo de textos desses três autores e de alguns de seus comentadores. Para vislumbrarmos o sentido da regressão para Ferenczi, acompanhamos seu processo de experimentação da técnica clínica, assim como suas idéias acerca do desenvolvimento psicossexual do ser humano. Encontramos a regressão ocupando posição central em sua teoria, o que provê um sentido não linear em sua visão do desenvolvimento humano. Em sua prática clínica, a regressão é entendida como meio de liquidar os traumas que residem na raiz das perturbações psíquicas. Os sentidos da regressão para Michel Balint indicam o potencial terapêutico da regressão, enquanto possibilidade de um novo começo, mas também os impasses implicados na ocorrência desse fenômeno no setting analítico, delineando duas formas de regressão: benigna e maligna. Para entendermos essas formas da regressão apontadas por Balint, acompanhamos suas idéias acerca das formas diversas de viver a sexualidade humana na infância e na vida adulta. Acompanhamos também sua concepção sobre a origem do psiquismo, no estado que ele denomina de amor primário em oposição ao narcisismo primário. A dimensão da falha básica, diversa da dimensão onde a expressão verbal é possível, aparece como descrição da expressão de estruturas primárias de relação de objeto, muitas vezes necessárias de serem vividas na relação analítica. Em Winnicott, partimos de um caso clínico que tem a regressão como processo central. Estudamos o sentido desse fenômeno para Winnicott, configurando a noção de regressão à dependência ou regressão ao ambiente. Acompanhamos suas idéias acerca do desenvolvimento emocional primitivo que culminam na concepção de uma terceira área da vida dos indivíduos: a área da experimentação, nem interna, nem externa ao indivíduo, onde o brincar é possível. Ao final de nosso estudo, tecemos algumas articulações entre os elementos colhidos em cada autor, encontrando algumas aproximações e alguns afastamentos. Apesar das diferenças entre os três autores, vemos configurar um estilo clínico comum que encara o fenômeno da regressão como uma possível via ao originário a ser trilhada, encontrada ou mesmo constituída, no percurso da análise, enquanto forma de tratamento. Essa via encontra o ambiente como parte constituinte do psiquismo, principalmente em sua origem. |