Resumo: |
O estudo das formas do relevo terrestre teve um avanço expressivo com a utilização das modernas ferramentas de sensoriamento remoto. Na região Amazônica, devido à vasta cobertura de nuvens, bruma e fumaça, quase que o ano inteiro, de certa forma, ocasiona dificuldade para levantamento com sensores ópticos. As melhores imagens para a região, portanto, são as imagens provenientes de radar, pois esse sistema tem a vantagem de adquirir imagens, independente, da presença de nuvens ou fumaça. Desta forma, este trabalho teve por objetivo principal o uso das imagens do Radar de Abertura Sintética (SAR) R99B para o mapeamento geomorfológico ao longo do furo do Ariaú no município de Iranduba. A escolha desta área se justifica por apresentar características naturais e socioeconômicas bem peculiares. Na questão natural, Iranduba está encravado entre os dois maiores caudal da região: rio Negro e Solimões/Amazonas e composto de um ambiente de terra firme e várzea. Na questão socioeconômica, é nesse município que se encontra, também, o maior polo oleiro do estado do Amazonas. A metodologia empregada neste trabalho foi baseada na adaptação dos métodos propostos por Lima (1995), composta de três fases: identificação, análise e interpretação. O método proposto permitiu a interpretação das feições geomorfológicas baseadas na textura das imagens SAR/R99B com múltiplas polarizações para as terras baixas com altitude não ultrapassando 100 m. A fim de buscar entender a dinâmica fluvial da área do Ariaú foi realizado trabalho de campo e levantamento pedológico. Como resultado desta pesquisa, obteve-se mapa da drenagem, mapa geomorfológico das feições fluviais e os principais nutrientes do solo na calha do Ariaú. As imagens do SAR mostraram-se eficientes para as diferentes feições geomorfológicas para o mapeamento de média escala, no entanto, a falta de imagens nos diversos períodos hidrológicos, seca, enchente, cheia e vazante, de certa forma, compromete um melhor entendimento do ambiente. Este trabalho, portanto, coloca-se como uma perspectiva para novas interpretações geomorfológicas dos ambientes fluviais nas áreas baixas da Amazônia. |
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