Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2017 |
Autor(a) principal: |
Oliveira, Janessa de Fátima Morgado de |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6135/tde-17042017-083842/
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Resumo: |
Introdução: Os medicamentos são desenvolvidos com o intuito de beneficiar quem os utiliza, atendendo a finalidades profiláticas, curativas, paliativas ou diagnósticas. No entanto, apesar de sua importância para a saúde, podem ser potenciais causadores de danos e óbitos. No Brasil, há uma carência de estudos sobre intoxicação medicamentosa baseados em dados oficiais. Objetivos: O estudo teve por objetivo descrever os óbitos por intoxicação com medicamentos ocorridos no Estado de São Paulo e internações por intoxicação com medicamentos ocorridos no município de São Paulo e investigar fatores que possam estar associados aos agravos. Métodos: A série temporal de mortalidade por intoxicação medicamentosa ajustada foi construída a partir de dados levantados do SIM-DATASUS para o período de 1996 a 2012. Foi verificada a contribuição das intoxicações acidentais e suicídios na mortalidade por intoxicação com medicamentos. Os casos de internação por intoxicação com medicamentos foram obtidos do SIH-DATASUS para o município de São Paulo para o período de 2004 a 2006, subsidiando a análise descritiva (idade, gênero, motivo de alta e tempo de internação, intencionalidade e medicamentos envolvidos). Os coeficientes de internação foram calculados segundo faixa etária e gênero para os anos de estudo. Resultados: A série temporal mostra a tendência crescente de mortalidade ajustada a partir de 2005, que se acentua a partir de 2009 (1,9 óbitos por 1.000.000 de habitantes em 2005; 2,7 óbitos por 1.000.000 em 2009; 6,7 óbitos por 1.000.000 de habitantes em 2012). A mortalidade por intoxicação intencional e a mortalidade com intenção não determinada também mostraram tendência crescente, o que sugere que são os componentes responsáveis pelo aumento da mortalidade por intoxicação medicamentosa. No estudo das internações, o tempo total para os casos estudados foi de 14.852 dias e o tempo médio foi de 4,4 dias. A idade média das pessoas internadas foi de 33,5 anos. Foi observada a predominância de internações para o gênero feminino (60,5por cento). Os principais medicamentos identificados nas intoxicações estudadas foram os benzodiazepínicos (T42.4), que corresponderam a 7,5por cento das internações e antibióticos sistêmicos não especificados (T36.9), que corresponderam a 7por cento das internações. Os maiores coeficientes de internação foram observados para a faixa etária dos mais idosos (idade igual ou superior a 70 anos) e para o gênero feminino em todos os anos de estudo. Conclusão: Foi observada tendência crescente para a mortalidade por intoxicação medicamentosa no estado de São Paulo. As estatísticas de mortalidade são importante fonte de dados para conhecer o perfil epidemiológico de uma área, analisar tendências, indicar prioridades, avaliar programas, entre outras finalidades. Mulheres e idosos foram as categorias que apresentaram maiores coeficientes de internação por intoxicação medicamentosa, o que aponta para uma possível associação entre maior consumo e maior risco de intoxicação. Nas internações, a observação da relevância dos benzodiazepínicos e de grupos de medicamentos sob controle de venda indica que mesmo medicamentos prescritos podem representar risco. O conhecimento sobre os agravos estudados, que são preveníveis e se mostraram relevantes como problema crescente de saúde pública, pode contribuir para o planejamento de intervenções adequadas para seu controle |