Estudo de aspectos morfológicos e funcionais do coração relacionados à capacidade funcional de pacientes com diferentes estágios da insuficiência cardíaca com fração de ejeção preservada

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Hortegal, Renato de Aguiar
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/98/98131/tde-22102024-154342/
Resumo: Introdução: A Insuficiência Cardíaca com Fração de Ejeção Preservada (ICFEP) corresponde a aproximadamente 50% de todos os casos de Insuficiência Cardíaca. O diagnóstico de ICFEP é desafiador e por vezes pode demandar o uso de modalidades diagnósticas complexas como a medida invasiva das pressões do sistema cardiovascular durante o exercício. Atualmente, há um grande interesse na descoberta de biomarcadores que possam melhorar o desempenho dos métodos diagnósticos menos invasivos. Assim, o objetivo do presente trabalho é avaliar quais variáveis aferidas pelo ecocardiograma de repouso estão mais associadas com as métricas de capacidade de exercício do teste cardiopulmonar. A hipótese adotada é que o grau de desorganização da contração ventricular, medida através do índice de Dispersão Mecânica (MD), está entre as variáveis morfofuncionais do coração mais associadas ao consumo máximo de oxigênio (V O2 max). Métodos: Realizou-se um estudo unicêntrico observacional transversal em uma população de pacientes com diferentes estágios de ICFEP, que foi submetida a avaliação clínica, além da avaliação ecocardiográfica compreensiva em repouso e teste de exercício cardiopulmonar. Foram calculadas 32 variáveis morfológicas e funcionais (sistólicas e diastólicas) no ecocardiograma, incluindo variáveis derivadas do Doppler Tissular, Speckle Tracking e Myocardial Work. O V O2 max do teste cardiopulmonar foi utilizado como variável dependente (desfecho) para estimar a capacidade de exercício. Análises adicionais também utilizaram o V O2 no primeiro limiar anaeróbico (AT1 ou VAT) e o tempo de queda de 50% do V O2 max durante a fase de recuperação (T1/2). Finalmente, o escore HFA-PEFF foi calculado para cada paciente para análise comparativa de desempenho com o MD. Resultados: Obteve-se 102 pacientes, com idade de 57(50-66) anos, 58% do sexo feminino, 67% com Hipertensão Arterial, 35% com Diabetes Mellitus e 7% com Doença Arterial Coronária. O MD apresentou maior correlação com o V O2 max (r=-0,43) quando comparado ao Global Longitudinal Strain (r=-0,26), o MD apresentou correlação significativa com o VAT (r=-0,20; p =0,04), enquanto GLS não apresentou correlação (r=-0,14; p = 0,15). Nem MD nem GLS mostraram correlação com o T1/2. Na análise Receiver Operator Characteristic (ROC) através da estimativa da área sob a curva (AUC), o MD apresentou desempenho superior ao GLS para prever o V O2 max (AUC: 0,77 vs. 0,62), VAT (AUC: 0,61 vs. 0,57) e T1/2 (AUC: 0,64 vs. 0,57). Ao adicionar o MD ao HFA-PEFF, houve melhora do desempenho do modelo (AUC de 0,77 para 0,81). Conclusão: O MD apresentou maior associação com V O2 máximo quando comparado ao GLS e a maioria das métricas do escore HFA-PEFF. Adicionar MD ao HFA-PEFF melhorou o desempenho do modelo.