Influência da reirradiação nas propriedades químicas e morfológicas do esmalte e da dentina de dentes permanentes

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Santos, Thais Tedeschi dos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/58/58135/tde-21102022-151322/
Resumo: Um grande desafio enfrentado pela oncologia são as recidivas locorregionais de CCP, sendo necessário, por diversas vezes, um novo ciclo de tratamento. A reirradiação, utilizada extensivamente na prática clínica, adiciona maior complexidade na avaliação da toxicidade causada pela radiação, sendo de fundamental importância ampliar o conhecimento sobre os efeitos provocados pelas doses adicionais. O objetivo do presente estudo foi avaliar, in vitro, simulando um retratamento radioterápico de CCP, os efeitos da reirradiação nas propriedades do esmalte e da dentina de dentes permanentes. Este estudo avaliou as características químicas e morfológicas do esmalte e da dentina de 45 molares permanentes humanos, divididos em cinco grupos: não irradiados; irradiados até dose de 60Gy e reirradiados até as doses de 30, 40 e 50Gy, por meio da análise de espectroscopia Raman, microscopia eletrônica de varredura (MEV) e espectroscopia de energia dispersiva de raios X (EDX). Os espécimes submetidos a radiação foram expostos a fração de dose de 2Gy/dia, durante cinco dias consecutivos, por seis semanas no primeiro ciclo de irradiação e por três, quatro e cinco semanas, respectivamente, no segundo ciclo. As informações obtidas por meio da espectroscopia Raman foram analisadas de forma comparativa, entre os grupos e por região, de acordo com a área geral dos espectros e a intensidade e área dos picos de interesse. Os dados foram avaliados pelo teste Kolmogorov-Smirnov, seguido por teste One-Way ANOVA e pósteste de Tukey, sendo o nível de significância adotado para todas as análises de 5%. As imagens obtidas por MEV foram analisados por meio de comparação qualitativa e os dados referentes a concentração em peso dos elementos Ca, P e O, obtidos pelo EDX, foram submetidos a análise percentual comparativa. Ao analisarmos as áreas do pico relacionado a presença de fosfato (438nm) e aos modos vibracionais da hidroxiapatita (582nm), as alterações foram significantes entre os grupos não irradiado e o irradiado em relação aos reirradiados (p<0,05). Por sua vez, os dados obtidos pelas áreas dos picos relacionados ao íon fosfato (960nm) e a presença de carbonato (1070nm), permitiram observar que houve diferença estatística entre os grupos (p<0,05), sendo que tais alterações foram mais relevantes nos elementos reirradiados. Ao analisarmos a intensidade do pico relacionado a presença de fosfato (438nm) e aos modos vibracionais da hidroxiapatita (582nm), foi possível observar que houve diferença estatística entre os grupos (p<0,05), sendo que tais alterações foram mais relevantes nos elementos reirradiados. Por sua vez, os dados obtidos pela intensidade dos picos relacionados ao íon fosfato (960nm) e a presença de carbonato (1070nm) demonstraram alterações significantes entre os grupos não irradiado e irradiado em relação aos reirradiados (p<0,05). Em relação as diferentes regiões analisadas, foi observado que a reirradiação atingiu o dente como um todo (p>0,05). Por meio da MEV foi possível observar degradação da região interprismática e destruição dos prismas de esmalte e dos cristais de hidroxiapatita. Na dentina, a reirradiação provocou obliteração dos túbulos dentinários, formação de fendas e fragmentação progressiva das fibras colágenas ao longo de todo tecido. A quantificação das substâncias presentes nestes substratos, realizada por meio do EDX, indicou um aumento na porcentagem de oxigênio e diminuição nas porcentagens de fósforo e cálcio após a reirradiação. Dessa forma, conclui-se que as alterações químicas e morfológicas observadas nos dentes permanentes reirradiados são progressivas e diretamente proporcionais ao escalonamento da dose de radiação, ocasionando danos ainda mais severos àqueles observados após irradiação.