Análise das características das carteiras acionárias, das estratégias de gestão e dos retornos dos fundos de previdência privada complementar PGBL/VGBL que investem em renda variável

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Furlanetti, Carlos Eduardo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/12/12139/tde-09082018-142234/
Resumo: Este trabalho teve como objetivo principal desenvolver um modelo para estimar o retorno anual de fundos privados de previdência complementar, PGBL/VGBL, que investiram em ativos de renda variável, entre 2007 e 2015. As variáveis utilizadas para discriminar as estratégias implementadas pelos gestores de fundos foram o beta do portfólio de ações, a taxa de administração cobrada pelo fundo e a porcentagem do patrimônio do fundo aplicada em ativos de renda variável. Os dados de 671 fundos diferentes foram extraídos do banco de dados Economática®. Os fundos estavam associados a 29 administradoras diferentes. Com esses dados, foi possível investigar a composição das carteiras de ações dos fundos administrados pelas principais instituições financeiras que operam no mercado brasileiro. Cada uma das principais administradoras de fundos manteve, no período, um padrão de seleção de portfólio de ativos de renda variável: a composição das carteiras acionárias de boa parte dos fundos pertencentes a uma mesma administradora, quando não idêntica, apresentou alto grau de similaridade. Para verificar se houve alguma diferenciação na estratégia de gerenciamento de fundos entre as principais administradoras, foram aplicados testes multivariados de igualdade de Wald. Foram encontradas diferenças estatisticamente significantes nas médias das variáveis que discriminaram estratégias de gestão dos fundos, dentro de um intervalo de confiança de 95%, em pelo menos uma das cinco principais administradoras de fundos. Os retornos anuais médios dos fundos, obtidos no período, estavam positiva e fortemente correlacionados ao principal índice de mercado de ações do Brasil, o Ibovespa. Esta descoberta indica uma possível passividade no gerenciamento de fundos, conforme encontrado por outros estudos acadêmicos. Especificamente, os fundos PGBL/VGBL com investimentos em ativos de renda variável que foram administrados pela administradora Itaú Unibanco SA obtiveram melhor desempenho médio, quando os retornos foram ajustados aos riscos incorridos. Para ajustar os retornos anuais ao risco, este trabalho apresentou, com base em um conjunto de premissas descritas no capítulo introdutório, uma metodologia que simplifica o cálculo das betas dos fundos, permitindo ordená-los com base em desempenhos ajustados ao risco. O modelo encontrado para estimar os retornos anuais dos fundos foi obtido por meio da técnica de regressão multinível com dados em painel. Tal modelo apontou, dentro do domínio temporal do estudo, que a cada ponto percentual adicional de taxa de administração cobrada pela instituição financeira, a estimativa de retorno ao investidor de determinado fundo era reduzida em um ponto percentual. Esta descoberta é mais uma evidência de passividade na gestão de fundos. Finalmente, a variação dos retornos anuais dos fundos é explicada principalmente pela variação na interação entre a porcentagem do patrimônio do fundo investido em ativos de renda variável e o retorno anual do Ibovespa.