Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2003 |
Autor(a) principal: |
Barbosa, Flávia Leão |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17136/tde-06062023-153440/
|
Resumo: |
Até agora tem sido considerado como conceito estabelecido que as células tronco para o epitélio da córnea se localizam exclusivamente em sua porção periférica epitelial ou, mais precisamente, na transição esclerocorneana ou limbo. Este trabalho investigou a potencialidade do epitélio da região central da córnea como fonte de células tronco para a regeneração epitelial de qualquer região da córnea. Para isto, em um primeiro grupo experimental, o epitélio periférico da córnea de olhos de coelhos albinos (Orictolagus cuniculus) foi removido por raspagem; em um segundo grupo, este procedimento foi associado à extirpação do limbo; em um terceiro grupo, somente a porção central do epitélio foi removida. Ao final dos procedimentos cirúrgicos os olhos receberam, ou não, uma injeção intravítrea de 3H-timidina (3H-TdR). Em diferentes tempos a seguir, os animais foram sacrificados e as córneas processadas para obtenção de cortes histológicos. Estes foram submetidos a autorradiografia, imunohistoquímica e, eventualmente, a técnicas especiais de coloração. O estudo imunohistoquímico de cortes de córneas com o anticorpo AE5, considerado um marcador de células epiteliais da córnea, mostrou reação com as células do epitélio neoformado. Na imunohistoquímica com o anticorpo 4G10.3, considerado um marcador de células tronco, houve reação inequívoca em células do extrato basal, distribuídas ao longo dos epitélios pré-existentes e neoformados ou em agrupamentos celulares na região central. A simples observação morfológica das preparações de córneas submetidas ao processamento autorradiográfico mostrou que as áreas submetidas a remoção do epitélio eram revestidas por células derivadas do epitélio pré-existente, mais central. A observação dos autogramas mostrou nos grupos experimentais, diferentemente das córneas normais, a presença de um grande número de células marcadas tanto no endotélio quanto no estroma. Em relação ao epitélio, houve um grande aumento do índice de marcação em relação aos controles da ordem de mais de 100%. Além disso, verificou-se nos animais operados que as primeiras células marcadas no extrato superficial foram detectadas 7 dias após o procedimento cirúrgico e injeção de 3H-TdR, frente aos 14 dias observados em condições fisiológicas. As células do epitélio neoformado que se apresentaram significativamente marcadas nos primeiros dias após a remoção do epitélio, apresentaram-se, nos intervalos de 2 a 3 meses após a injeção de 3H-TdR, praticamente sem marcação ou apenas levemente marcadas. Estes resultados permitiram as seguintes conclusões: 1. o epitélio neoformado foi reconstituído com células típicas de um epitélio corneano; 2. existem células com características de células tronco ao longo de todo o extrato basal da córnea e não somente na junção escleorocorneana; 3. os procedimentos cirúrgicos utilizados estimularam as células da córnea a se dividirem, efeito este marcante para o caso das células endoteliais e do estroma, que raramente se dividem; 4. a re-epitelização da córnea foi feita à custa da entrada em ciclo celular da quase totalidade das células epiteliais da camada basal, principalmente a partir do epitélio remanescente central; 5. a velocidade de renovação das células epiteliais não lesadas praticamente dobrou em comparação com o que se observa em condições fisiológicas; 6. o padrão de marcação encontrado no epitélio neoformado nos intervalos de tempo mais longos após o procedimento cirúrgico e a injeção de 3H-TdR indicaram que a velocidade de renovação do epitélio destas regiões é maior do que no epitélio pré-existente. |