Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Pinheiro, Maria de Paula |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/27/27160/tde-11072023-151911/
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Resumo: |
A tese investiga a participação e o protagonismo de mulheres negras reconhecidas como Tias nos processos de formação, organização, promoção e difusão da cultura das escolas de samba no Rio de Janeiro. As Tias são as mulheres mais velhas e experientes das comunidades de samba que se reconhecem e são reconhecidas por serem detentoras de um amplo complexo de saberes que remonta à herança civilizatória negro-africana recriada no Brasil. O estudo se debruça sobre as histórias, as memórias e os saberes das Tias que fizeram/fazem parte do Grêmio Recreativo Escola de Samba Portela, oriundo do bairro de Oswaldo Cruz, no subúrbio da zona norte do Rio de Janeiro. A Portela é uma das escolas de samba mais tradicionais do Brasil, alcançando o seu centenário no ano de 2023, além de ser a atual detentora do maior número de títulos em concursos oficiais do carnaval carioca. As protagonistas da pesquisa são mulheres que fizeram parte de diferentes gerações e são reconhecidas pelos próprios componentes da agremiação como representativas de sua história, atuando em distintas atividades na escola de samba, com especial destaque para os segmentos de baianas e pastoras. A pesquisa abrange as histórias e memórias de: Dona Neném (Yolanda de Almeida Andrade), Tia Surica (Iranette Ferreira Barcellos) e Jane Carla (Jane Carla de Andrade de Araújo). Também contempla as narrativas de protagonistas que contribuíram para a formação e a consolidação de segmentos tradicionais da agremiação portelense, como: Tia Vicentina (Vicentina do Nascimento), Tia Dodô (Maria das Dores Alves Rodrigues), Tia Eunice (Eunice Fernandes da Silva), Dona Dagmar (Dagmar Nascimento), Tia Doca (Jilçária Cruz Costa) e Dona Therezinha (Therezinha de Jesus Moraes). O estudo se baseia na revisão bibliográfica da literatura existente sobre carnaval, samba, escolas de samba e Portela, além de trabalhos de autores/as que fundamentam e conceituam o patrimônio civilizatório negro-africano no Brasil a partir de múltiplos enfoques, com especial interesse pelos trabalhos de Helena Theodoro, Muniz Sodré, Nei Lopes, Marco Aurélio Luz, Vanda Machado e Leda Maria Martins, além de intelectuais que representam o feminismo negro brasileiro, como Sueli Carneiro e Jurema Werneck. A pesquisa documental se constitui na principal base metodológica do estudo, abrangendo a investigação e a análise de: periódicos cariocas (jornais e revistas) da década de 1970 até os dias atuais; acervos de fontes orais que fazem parte de programas de salvaguarda da história e da memória do samba na cidade do Rio de Janeiro; e o levantamento de registros fotográficos históricos das Tias da Portela. Além da pesquisa documental, também foram realizadas entrevistas com as protagonistas do estudo. A pesquisa revela que as Tias foram fundamentais para a formação, preservação, promoção e popularização do samba no Rio de Janeiro, assim como para construir espaços próprios de continuidade e expansão do patrimônio negro na sociedade em geral, atuando em diferentes domínios do saber/poder que integram o universo das escolas de samba. |