Construir navios é preciso, desistir não é preciso: a construção naval militar brasileira nas décadas de 1930 e 1940

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Martini, Fernando Ribas de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8137/tde-03092020-174032/
Resumo: Esta tese tem como objeto a atividade de construção naval militar realizada no Brasil entre as décadas de 1930 e 1940. Seu objetivo é analisar os fatores que viabilizaram o início da atividade e, também, os que quebraram sua continuidade, nesse período que corresponde, em grande parte, à chamada \"Era Vargas\" e inclui a depressão dos anos de 1930 e a Segunda Guerra Mundial. O objeto é analisado como parte de uma história de longa duração, caracterizando-se como um dos quatro surtos de construção naval militar do Brasil. O surto pesquisado seguiu-se a outros dois, ocorridos no século XIX, e foi seguido por mais um no último quartel do século XX, todos eles relacionados à necessidade de atualizar o poder naval brasileiro, frente às tensões regionais e globais, com as tecnologias trazidas pelas seguidas revoluções industriais. Quatro elementos interligados são levados em conta nesta análise: as relações internacionais, as necessidades militares, as necessidades de absorção de tecnologias e a situação econômica (brasileira e mundial). Por conta da amplitude desses elementos, também é amplo o conjunto de fontes primárias pesquisadas em arquivos militares, diplomáticos, em periódicos da época, em instalações industriais utilizadas na construção dos navios, em arquivos de personalidades governamentais e, até mesmo, em navios e equipamentos remanescentes. A obra trata de um tema pouco explorado pela História, pois, ainda que o reequipamento militar brasileiro na época seja tratado como relevante em trabalhos de natureza histórica sobre economia e política externa, em geral são levadas em conta as demandas do Exército, e não da Marinha. A tese busca, assim, preencher uma lacuna na historiografia. A principal hipótese defendida é que as razões para a descontinuidade da construção naval militar brasileira, ao final do surto, estavam nas próprias circunstâncias e decisões que a viabilizaram, tornando a continuidade ainda mais difícil do que sua largada.