Complicações neurológicas em pacientes vivendo com HIV/AIDS: coorte observacional prospectiva no Instituto de Infectologia Emílio Ribas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Telles, João Paulo Marochi
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5134/tde-12042023-161625/
Resumo: Introdução: O objetivo deste estudo foi avaliar a frequência, espectro, taxa de mortalidade hospitalar e fatores associados ao óbito em pessoas vivendo com HIV/AIDS (PVHA) admitidas por doenças neurológicas, bem como estimar sua taxa de mortalidade global após um ano. Métodos: Este estudo de coorte observacional prospectivo foi realizado em um centro de saúde terciário brasileiro entre janeiro e julho de 2017. Foram incluídos, consecutivamente, pacientes infectados pelo HIV maiores de 18 anos internados por queixas neurológicas. Um exame neurológico padronizado e anamnese com pacientes foram realizados semanalmente até a alta ou óbito do paciente. O manejo diagnóstico e terapêutico dos casos incluídos seguiu rotinas institucionais. Resultados: Foram incluídos 105 (13,2%) pacientes entre as 791 PVHA hospitalizadas. A idade mediana foi de 42,8 [34-51] anos, e 61% eram homens. A contagem mediana de linfócitos CD4+ foi de 70 (27-160) células/mm3, e 90% dos pacientes já tinha utilizado terapia antirretroviral combinada. As principais doenças foram toxoplasmose cerebral (36%), meningite criptocócica (14%) e meningite tuberculosa (8%). O citomegalovírus, etiologia de encefalite, polirradiculopatia e/ou retinite foi o terceiro patógeno mais frequente (12%). Além disso, infecções neurológicas concomitantes ocorreram em 14% dos pacientes. Doenças relacionadas à síndrome inflamatória de reconstituição imune ocorreram em 6% deles. A taxa de mortalidade intra-hospitalar foi de 12%, e a análise multivariada mostrou que alteração do nível de consciência (P = 0,04; OR: 22,7, IC 95%: 2,6-195,1) e admissão na unidade de terapia intensiva (UTI) (P = 0,014; OR: 6,2, IC 95%: 1,4-26,7) foram associados ao óbito. A taxa de mortalidade global em um ano foi de 31%. Conclusão: Neste estudo predominaram as doenças neurológicas oportunistas. O citomegalovírus foi um agente etiológico frequente, sendo comuns as infecções neurológicas concomitantes. A admissão na UTI e os níveis alterados de consciência foram associados ao óbito. Embora a mortalidade hospitalar tenha sido relativamente baixa, a taxa de mortalidade global em um ano foi elevada