Análise epidemiológica, molecular e filogenética de enterovirus isolados de casos de meningites assépticas, encefalites e meningoencefalites ocorridos no Brasil entre os anos de 2009 e 2017

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Silva, Emanuelle de Souza Ramalho Ferreira da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://app.uff.br/riuff/handle/1/26590
http://dx.doi.org./10.2209/PPN.2020.d.08779657737
Resumo: A meningite asséptica (MA) é uma síndrome clínica infectocontagiosa onde há o acometimento das meninges A origem mais comum desta síndrome é a viral, sendo os enterovírus humanos (EV) os principais agentes etiológicos responsáveis pela maioria dos casos em todo o mundo. Os Enterovírus Não-Pólio (EVNP) são os principais responsáveis pelos casos de MA no qual o agente etiológico é identificado, sendo o echovírus 30 (E30) o mais frequente tanto nos surtos como em casos esporádicos no Brasil. A encefalite é definida como a presença de um processo inflamatório no parênquima cerebral e o termo meningoencefalite é utilizado quando há acometimento tanto das meninges quanto do parênquima cerebral. O presente estudo tem como objetivo a análise epidemiológica, molecular e filogenética dos agentes virais envolvidos nos casos de meningites, meningoencefalites e encefalites causadas por enterovírus ocorridos no Brasil entre os anos de 2009 e 2017. No Laboratório de Enterovirus que é Referência para OMS um total de 2890 amostras de líquido cefalorraquidiano (LCR) provenientes de pacientes com quadros suspeitos de MA foram processadas para definição diagnóstica. Um total de 388 (13,4%) amostras foram positivas para EVNP e o sequenciamento nucleotídico destas identificou 19 sorotipos diferentes, sendo a grande maioria incluída na espécie B de enterovírus (HEV-B). O E30 foi o mais frequentemente isolado (44,58%), seguido pelo echovirus 6 (E6, 26,80%). Indivíduos do sexo masculino e com idade entre 1 e 6 anos de vida foram os mais acometidos. Os sintomas mais relatados foram febre (85,98%), vômitos (83,76%), cefaleia (82,65%), e rigidez na nuca (30,26%). A análise filogenética de E30 mostrou uma estreita relação entre os vírus circulantes no Brasil e na America do Sul, além de Estados Unidos, Rússia, Espanha, França, China e Japão, sugerindo diferentes introduções de E30 no Brasil. Os isolados de E6 brasileiros revelaram estreita relação genética entre si e com cepas circulantes em países europeus como Países Baixos e Grã-Bretanha. Estudos sistemáticos sobre os agentes etiológicos envolvidos nos casos de MA no Brasil não são encontrados atualmente na literatura. O vasto território brasileiro associado à detecção recorrente de E30/E6 ao longo dos anos e a alta capacidade de recombinação desses vírus mostraram a importância da vigilância dos enterovírus no contexto da meningite asséptica