Prevalência de antigenemia criptocócica, utilizando o teste de fluxo lateral em sangue periférico de PVHA com doença avançada e sintomas neurológicos: estudo de coorte prospectiva em pronto socorro de hospital terciário em São Paulo, Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Oliveira, Fernanda Gurgel de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5134/tde-21112023-132925/
Resumo: Introdução: O diagnóstico oportuno é fundamental no manejo da criptococose do sistema nervoso central (SNC) em pessoas que vivem com HIV/AIDS (PVHA). O objetivo desse estudo foi avaliar a prevalência da antigenemia criptocócica e da criptococose do SNC em PVHA e imunossupressão avançada que apresentaram sintomas neurológicos, utilizando o teste de fluxo lateral (LFA) em sangue periférico, realizado à beira-leito, sem a utilização de estrutura laboratorial, no pronto socorro (PS) de um serviço de referência em doenças infectocontagiosas em São Paulo, Brasil, além de descrever as principais características dessa população e propor um algoritmo de manejo inicial para esse perfil de pacientes. Métodos: Estudo de coorte prospetivo realizado no PS do Instituto de Infectologia Emilio Ribas (IIER), entre janeiro e setembro de 2020. Todos os pacientes incluídos foram submetidos ao LFA em sangue periférico, e aqueles com resultado positivo, foram submetidos à punção lombar para coleta de líquido cefalorraquidiano (LCR) e realização do LFA nesse material. O manejo diagnóstico e terapêutico dos casos incluídos seguiu as rotinas institucionais. Resultados: Durante o período do estudo, 497 PVHA foram admitidas no PS do IIER, dos quais 74 (14,9%) foram incluídos. A idade mediana (IIQ) foi de 40 (30-48) anos com predomínio do sexo masculino (62%). As medianas (IIQ) da contagem de linfócitos T CD4 e da carga viral do HIV foram 43 (20-130) células/ml e 36.401 (457-288055) cópias/ml, respectivamente. Todos os casos incluídos tinham diagnóstico prévio de infecção pelo HIV. O tempo entre o início dos sintomas e a admissão hospitalar teve uma mediana (IIQ) de 15 (6-39) dias. As principais manifestações neurológicas foram cefaleia (41/74, 55,4%), alteração da consciência (35/74, 47,3%) e déficit motor focal (31/74, 41,9%). A criptococose foi a causa mais frequente de meningoencefalite (11/15, 73,3%). Cinco (39%) de 13 pacientes com criptocococe do SNC tiveram coinfecções neurológicas. As prevalências de LFA positivo no sangue periférico (19/74) e de criptococose do SNC (13/74) foram de 25,7%; IC 95%, 15,5 a 40,1% e 17,6%; IC 95%, 9,4 a 30,0%, respectivamente. Entre os seis (8,1%) pacientes com LFA positivo no sangue periférico mas negativo no LCR, quatro (5,4%) apresentaram antigenemia criptocócica assintomática isolada, um (1,3%) foi classificado como antigenemia criptocócica sintomática e um (1,3%) apresentou criptococcemia. A mortalidade intra-hospitalar global foi de 20,3% (15/74), e não houve diferença estatisticamente significante entre os pacientes com LFA positivo e negativo em sangue periférico. Conclusão: As prevalências de antigenemia criptocócica e de criptococose do SNC, utilizando LFA no sangue periférico, foram elevadas. A criptococose foi a causa mais frequente de meningoencefalite e apresentou elevada mortalidade intrahospitalar. Finalmente, propomos um algoritmo de manejo no PS para PVHA com sintomas neurológicos