A periferia se transforma: considerações sobre a urbanização crítica em São José dos Campos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Brasil, João Marcelo Rosário Lima
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8136/tde-24052018-130432/
Resumo: A pesquisa teve como principal questão as transformações da periferia no interior do processo de urbanização de São José dos Campos SP. A criação de institutos federais de ensino, pesquisa e desenvolvimento de tecnologias não só atraiu grandes indústrias de capital nacional e estrangeiro a partir da década de 1950, como contribuiu para a consolidação de uma industrialização tecnologicamente mais avançada. Durante esse período, intensificou-se o processo de imigração. Partindo do conceito de produção do espaço, procuramos situar a urbanização joseense nos termos que Damiani concebe como urbanização crítica. Mobilizando as categorias de trabalho e urbano sob as bases do materialismo histórico dialético, realizamos um estudo empírico a fim de compreender dois momentos. No primeiro, discutimos a formação do Parque Novo Horizonte, bairro de origem operária fabril loteado no final da década de 1970, localizado numa área então isolada do extremo leste da cidade, como possibilidade para pensar a constituição da periferia num momento em que a reprodução da classe trabalhadora era peça fundamental para a acumulação do capital. Na segunda parte, em que procuramos refletir sobre a periferia atual, nosso recorte empírico se amplia. O bairro supracitado se constitui numa centralidade periférica de diversos loteamentos, regulares e clandestinos, que surgem nas décadas seguintes com o movimento de implosão e explosão da cidade. É o momento que o processo de reestruturação produtiva, iniciado com a terceira revolução industrial e a passagem da hegemonia do capital industrial para o capital financeiro, vai engendrando diversas metamorfoses no mundo do trabalho e na dinâmica do urbano. A análise dos bairros que compõem essa subcentralidade nos possibilitou considerar o aprofundamento das contradições sociais contidas no movimento geral da crise do capital, entre as quais a negatividade do trabalho e a degradação da experiência e das possibilidades que o urbano traz consigo, que puderam revelar com maior intensidade o travo amargo do que Marx chamou de contradição em processo. Pela análise das transformações da periferia num âmbito maior que se apresenta como urbanização crítica, buscamos um caminho possível de aproximação e discussão dos conteúdos de uma reprodução social crítica.