Descrição anatômica, topográfica e microscópica do Seio Emissário do Forame Oval (SEFO) em humanos adultos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Leonel, Luciano César Pereira Campos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/10/10132/tde-18122019-090140/
Resumo: O conhecimento do sistema de drenagem sanguínea intracraniano é indispensável para intervenções cirúrgicas. Permanece confusa e negligenciada a descrição do canal vascular entre o seio cavernoso e o plexo pterigóideo, alguns autores definindo-o como uma veia, plexo ou seio da dura-máter. Dessa forma, esta pesquisa teve como objetivo descrever seus aspectos anatômicos, topográficos e microscópicos. Considerando as análises macroscópicas, foram usados 50 blocos anatômicos da base do crânio de humanos adultos, 170 crânios secos e 1.000 imagens de tomografia computadorizada (TC). Somado a isso, a fossa média do crânio de três espécimes fixadas em álcool 70% foram dissecadas e documentadas seguindo a metodologia e técnica de dissecção propostas pelo Dr. Albert L. Rhoton Jr. Os componentes microscópicos e ultraestruturais do canal venoso foram avaliados pelas colorações histológicas de Hematoxilina e Eosina, Picrosirius, Weigert e Tricrômio de Masson, assim como por Microscopia Eletrônica de Varredura. O Seio Emissário do Forame Oval (SEFO) esteve sempre presente entre o seio cavernoso e o plexo pterigóideo em ambos antímeros, com trajeto inferior passando internamente pelos forames oval e/ou venoso (de Vesalius), anteriormente ao ramo mandibular do nervo trigêmeo e sua raiz motora. O forame venoso (FV) foi encontrado como rota alternativa de uma pequena projeção do SEFO. Durante as análises o FV foi observado em 46,8% das TCs (25,4% bilateral e 21,4% unilateral) e em 45,2% dos crânios secos (18,8% bilateral e 26,4% unilateral). Em 9,5% das tomografias e 21,1% dos crânios foi observado uma abertura na face externa da fossa média do crânio sem comunicação com sua face interna, portanto não sendo considerada como forames verdadeiros. A organização histológica do SEFO e de seu ramo em direção ao FV foi semelhante ao encontrado no seio transverso, com fibras colágenas dispostas em sentido transversal e longitudinal, não sendo observadas as camadas média e externa, características de veias. Sua camada elástica se limitava a uma fina e discreta marcação próxima ao lúmen do canal. Assim como observado no seio transverso, ambos canais apresentaram células em formato losangular e com núcleos centrais arredondados. A injeção dos espécimes com látex colorido, fotodocumentação 3D e High Dynamic Range (HDR) conforme descrito por Dr. Rhoton é primordial para o ensino anatômico e neurocirúrgico. Para tanto, foi importante respeitar todas as etapas de canulação, lavagem, injeção do látex, dissecção e fotodocumentação macroscópica de modo a garantir a eficiência e qualidade das imagens ao final do processo. A técnica HDR contribuiu melhorando a nitidez, brilho e contraste das imagens finais que podem ser utilizadas para os diferentes tipos de projeções 3D as quais devem ser escolhidas considerando o objetivo da apresentação e quantidade do público alvo. Em síntese, o SEFO foi uma estrutura constante sempre comunicando o seio cavernoso com o plexo pterigóideo, sua presença não foi dependente do conteúdo do FV e ambos canais apresentaram estrutura microscópica e ultraestrutural semelhante aos seios da duramáter. Ambos canais devem ser considerados durante procedimentos cirúrgicos na fossa média do crânio e como rotas de disseminação de infecções do meio extracraniano para a cavidade do crânio.