Análise comparativa da biota críptica incrustante em ilhas costeiras de São Paulo, Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Delcistia, Lucas Nobrega
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/21/21134/tde-29032022-082356/
Resumo: Ambientes coralíneos são importantes, complexos e valiosos sistemas de vida marinha da região costeira. Possuem alta relevância biológica e socioeconômica e abrigam uma infinidade de organismos, muitos nunca nomeados ou descritos. Comunidades bênticas destes ambientes são altamente diversas e parte dela é denominada fauna críptica, geralmente composta por invertebrados habitantes da matriz recifal. Muitos organismos ali viventes realizam bioincrustação e seu estudo é negligenciado por conta de dificuldades como identificação taxonômica e o acesso ao ambiente críptico. Neste contexto, foram concebidas as Autonomous Reef Monitoring Structures (ARMS) como um método de amostragem de biodiversidade recifal padronizado, cujo objetivo é reproduzir a matriz recifal, atraindo sua biota para colonizá-la como abrigo. Assim, este trabalho teve por objetivo realizar a análise comparativa da biota críptica incrustante de ARMS instaladas em ilhas costeiras de São Paulo através de levantamento faunístico baseado na captura de imagens em alta definição e taxonomia tradicional. Quatro conjuntos de ARMS foram instalados entre março e abril de 2019, dois na Ilha de Alcatrazes e dois em Ubatuba, nas Ilhas de Palmas e Cabras. Um ano depois, foram recuperadas para processamento. As estruturas foram desmontadas e fotografias em alta definição foram feitas de cada face de suas placas, totalizando 216 imagens. Utilizando a plataforma CoralNet, as imagens foram processadas e organismos foram identificados até o menor nível taxonômico possível. Os dados obtidos foram analisados quanto à riqueza, diversidade e padrões de cobertura bêntica em diferentes escalas espaciais. Foi identificada grande abundância de briozoários, tunicados e esponjas, além de poliquetas e moluscos. A Ilha de Alcatrazes apresentou maior riqueza, entretanto, Ubatuba foi mais diverso do que Alcatrazes considerando-se os índices de Simpson e Shannon. Foram observados padrões intercalados de diversidade e riqueza dentro da estrutura das ARMS, que podem ser resultantes do próprio design das ARMS e como este favoreceu a adição de micro-habitats nas estruturas. A análise de diversidade beta evidenciou maior relevância na substituição de componentes do que seu aninhamento e atestou grande complexidade no ambiente críptico. As ARMS mostraram-se ferramentas eficientes para o estudo do componente críptico, constituindo um método não destrutivo e gerando conhecimento em prol da conservação destes ambientes, com custo-benefício satisfatório.