Dispersão de macroinvertebrados em estuários tropicais: Uma análise a partir de múltiplas escalas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Veríssimo, Maria Eduarda Santana
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso embargado
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual da Paraíba
Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa - PRPGP
Brasil
UEPB
Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Conservação - PPGEC
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://tede.bc.uepb.edu.br/jspui/handle/tede/4572
Resumo: A dispersão é um dos principais fatores que atua na montagem das comunidades sendo de extrema importância nos processos de colonização e recolonização dos ecossistemas. A dispersão pode ser dividida em dispersão passiva quando é regida por fatores externos, e dispersão ativa, quando é dependente das características intrínsecas dos organismos. Existe uma lacuna no conhecimento sobre dispersão de macroinvertebrados em ecossistemas estuarinos, principalmente sobre quais fatores (ambientais ou espaciais) influenciam a distribuição das características funcionais relacionadas a dispersão. Portanto, este estudo teve como objetivo avaliar os padrões de dispersão de macroinvertebrados bentônicos estuarinos em escalas locais e regionais em diferentes dinâmicas estuarinas. Para tal, testamos as seguintes hipóteses: i) as categorias funcionais de dispersão contribuem para uma maior diversidade beta funcional nos estuários típicos tropicais, e uma maior diversidade alfa nos estuários do semiárido tropical, devido a maior e menor dinâmica ambiental longitudinal destes ecossistemas, respectivamente; ii) durante o período de maior precipitação as características funcionais dispersivas contribuem para uma menor diversidade beta; e iii) o ambiente espacialmente estruturado (fatores ambientais e espacial) molda a distribuição da diversidade das características funcionais de dispersão dos macroinvertebrados bentônicos nos estuários típicos tropicais, enquanto que apenas as variáveis ambientais influenciam as características dispersivos nos estuários semiáridos. Para testar as hipóteses avaliamos três estuários localizados em uma região típica tropical e três estuários localizados em uma região de clima semiárido tropical, no período de maior e menor precipitação. Avaliamos as características funcionais relacionadas a dispersão dos grupos de macroinvertebrados bentônicos mais representativos da comunidade, sendo eles poliquetas e moluscos. Com isso, selecionamos quatro características funcionais dispersivas, com 14 categorias: desenvolvimento larval, fecundidade, tamanho do corpo e mobilidade. Para avaliar a distribuição da dominância da característica funcional de dispersão ao longo dos estuários, realizamos uma Média Ponderada da Comunidade (CWM). Diferenças significativas espaciais e sazonais foram testadas utilizando a Análise Permutacional de Variância (PERMANOVA). Para avaliar a dissimilaridade média entre pares de características funcionais de acordo com os modos de dispersão dos macroinvertebrados bentônicos em múltiplas escalas espaciais utilizamos o índice da entropia quadrática de Rao. Avaliamos o efeito das variáveis ambientais e espaciais nas características dispersivas através da análise de Redundância Parcial (pRDA). Através do particionamento da diversidade verificamos que ambos os estuários apresentaram a mesma tendência de alta diversidade alfa funcional sazonalmente. Demonstrando uma maior dissimilaridade dentro dos locais do que entre os locais amostrados, resultando na coexistência dos organismos com diferentes características funcionais. Quando analisamos o efeito das variáveis ambientais e espaciais nas categorias funcionais dispersivas verificamos que os estuários típicos tropicais, sazonalmente, são influenciados tanto pelos fatores ambientais como pelo espaço. Por consequência do claro gradiente ambiental longitudinal nestes estuários, torna as regiões próximas semelhantes e adequadas para táxons funcionalmente similares. Em contrapartida os estuários do semiárido apresentaram uma diferença sazonal da relação do ambiente e/ou espaço em função das características funcionais relacionadas a dispersão, demostrando que as mudanças temporais afetaram a dinâmica dispersiva dos organismos. Diante do exposto, observamos que houve uma maior influência dos fatores ambientais atuando em uma menor escala espacial, na ocorrência e distribuição das categorias funcionais de dispersão nos estuários tropicais estudados.