Desenvolvimento e validação do teste de acentuação de palavras como instrumento de avaliação de inteligência pré-mórbida

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Gil, Gislaine
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5169/tde-16092021-101017/
Resumo: Introdução: No Brasil encontra-se dificuldade em usar testes de leitura de palavras irregulares para mensurar a inteligência pré-mórbida, pois o portugues e uma língua translúcida, que apresenta fonemas com grande correspondência aos respectivos grafemas. Para transpor esta dificuldade desenvolve-se a versão brasileira do Teste de Acentuação de Palavras (TAP-Br) baseado na pronúncia de palavras grafadas sem o acento indicativo da sílaba tônica, criando assim a irregularidade grafema-fonema. Há evidências de que esse tipo de teste avalie habilidades cristalizadas, que sofram pouco impacto relacionado aos danos cerebrais. Objetivos: Desenvolver e estudar as propriedades do TAP-Br e sua resistência às fases iniciais do comprometimento cognitivo. Método: O estudo foi dividido em duas fases. Na Fase 1 descreveu-se a construção do conjunto inicial de 60 itens para formação do TAP-Br. Após, o conjunto inicial de itens foi reduzido para 40 por meio da análise de teoria de resposta ao item em uma amostra de 206 idosos normais. Avaliou-se a estrutura fatorial com a técnica de análise paralela de Horn e a consistência interna com o alfa de Cronbach. Verificou-se a correlação do teste com uma medida de QI considerada padrão-ouro, Wechsler Abbreviated Scale of Intelligence WASI e se o TAP-Br apresentava boa correlação com medidas neuropsicológicas clássicas representativas dos principais domínios cognitivos. Avaliou-se a confiabilidade interexaminador em uma subamostra de 40 participantes selecionados aleatoriamente. A Fase 2 foi realizada em uma amostra adicional de 135 pacientes encaminhados por suspeita de comprometimento cognitivo que foram classificados em uma das três seguintes categorias, após avaliação clínica e neuropsicológica: desempenho cognitivo normal (DCN), comprometimento cognitivo leve amnéstico (CCLa) e demência de Alzheimer leve (DA). Nessa fase, verificou-se se o TAP-Br apresentaria estabilidade em idosos com CCLa e DA leve quando comparado aos idosos com DCN. Por fim, uma subamostra de 40 idosos foi submetida a uma nova administração do teste, após 1 ano para avaliação de confiabilidade testereteste. Resultados: O TAP-Br mostrou excelente consistência interna (0,95) e sua estrutura de fator único foi confirmada. Mostrou boa confiabilidade interobservador (Coeficiente de correlação intraclasse - CCI de 0,92). Demonstrou ser altamente correlacionado com a capacidade intelectual total da WASI em idosos cognitivamente normais (r = 0,83). A adição do escore do TAP-Br a um modelo que já continha o número de anos de educação melhorou a variância explicada do escore global composto em 15% (de 47% para 62%; p < 0,001). Houve estabilidade de desempenho no TAP-Br entre os grupos avaliados: DCN, CCLa e DA leve (p = 0,603). A confiabilidade teste-reteste foi avaliada após uma média de 12,7 (±0,7) meses, com CCI de 0,97 (IC 95%; 0,94 - 0,98), revelando ótima confiabilidade. Conclusão: O TAP-Br mostrou ser um instrumento válido para avaliação da inteligência pré-mórbida, podendo ser incluído nos protocolos de avaliação neuropsicológica brasileira.