Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Camargo, Felipe Faria |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8133/tde-16082023-145304/
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Resumo: |
Tendo por objetivo compreender um capítulo importante na história da filosofia política, situado após a reapropriação das categorias do pensamento aristotélico e sua síntese com a teologia no século XIII e após a renovatio dos estudos do direito romano em Bolonha desde o século XII, na passagem do pensamento político tardo-medieval ao início do pensamento político renascentista e moderno, nossa investigação se volta para a obra Monarchia de Dante Alighieri, escrita em latim entre 1311 e 1313. Nesta, o filósofo Dante defendeu a submissão do conjunto do gênero humano a uma Monarquia universal, responsável por conduzir os homens à felicidade terrestre baseada nos ensinamentos dos filósofos, enquanto à Igreja caberia o papel de guia dos homens à felicidade celeste. Dois poderes, portanto, estabelecidos pela Divina Providência para remediar a situação dos homens e lhes permitir alcançar seus dois fins últimos (duo ultima), a beatitude nesta vida e no além-mundo. Importa-nos, sobretudo, realizar uma leitura interna do tratado e investigar como Dante constrói seus argumentos, cria novos conceitos e opera apropriações e rupturas com relação ao pensamento filosófico, jurídico e teológico do seu tempo, o que nos permite afirmar, com Étienne Gilson, que - se por um lado, seria inapropriado conceber o pensamento de Dante de modo a negligenciar seu caráter eminentemente cristão - o seu dualismo (com vistas, sempre, a um acordo harmônico) entre as ordens da Monarquia e da Igreja, Filosofia e Teologia, não se coaduna com nenhum outro pensamento do aristotelismo cristão de sua época, e aponta, como destaca Claude Lefort, para uma revaloração da filosofia voltada à \"ação\" e à política no princípio do século XIV. |