Aquisição de perguntas-QU em português brasileiro em crianças com distúrbio específico de linguagem e em crianças com desenvolvimento típico

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Valezi, Maria de Lourdes Servilheira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8139/tde-16082016-151404/
Resumo: Este estudo tem por objetivo investigar o comportamento das crianças com Distúrbio Específico de Linguagem (doravante DEL) em relação à produção de uma estrutura sintática complexa, a interrogativa QU de longa distância (doravante pergunta QULD) no português brasileiro, e compará-lo ao das crianças com Desenvolvimento Típico (doravante DT). Foram coletados dados desses 2 grupos de crianças (DEL e DT) entre 5 e 11 anos de idade. Utilizou-se a metodologia de eliciação, implantada em Thornton (1990), para realizar o experimento. Foram eliciadas 16 perguntas QU LD para cada criança, sendo que 8 dessas perguntas eram com extração de sujeito (4 QU nu e 4 QU+N) e 8 com extração de objeto (4 QU nu e 4 QU+N). Os dados da produção dos 2 grupos foram comparados e observou-se que as crianças de ambos os grupos dominam a estrutura de pergunta-QU LD a partir dos 5 anos. Contudo, a produção de tal estrutura sintática pelo grupo das crianças com DEL (36,65%) mostrou-se menos frequente do que a produção do grupo com DT (89,70%), sugerindo que o grupo com DEL enfrenta dificuldades com as estruturas complexas que envolvem movimento. Considerando-se a produção das crianças com DEL, as perguntas-QU de objeto foram produzidas a taxas semelhantes às perguntas QU de sujeito (QU-que simples de sujeito com movimento-QU (44,44%) e QU simples de objeto (55,55%)) pelo grupo com DEL. A análise dos dados nos sugere que as crianças com DEL, embora apresentem dificuldades relacionadas aos movimentos sintáticos, são capazes de processar ambas as estruturas, diferentemente do que outros estudos com essa população encontrou (por exemplo, Van der Lely e Battell (2003) e Friedmman e Novogrodsky, (2011)). Curiosamente, as crianças não produziram perguntasQU com QU in situ, embora a produção de tal estrutura fosse esperada como uma estratégia de minimização de custo de processamento da informação, algo que foi encontrado em estudos anteriores (como em Corrêa e Augusto (2011)).