Transição epidemiológica, no município de Belo Horizonte, no período de 1890 a 1991

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 1997
Autor(a) principal: Maletta, Carlos Henrique Mudado
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17139/tde-18062020-182400/
Resumo: Estudou-se a transição epidemiológica para o Município de Belo Horizonte, no período de 1890 a 1991, levantando-se as informações referentes a óbitos nos Cartórios de Registro Civil, diretamente dos livros de registros de óbitos, em todo o período, e de nascimentos, de 1890 a 1905, mas que foram registrados até 1910. Os dados populacionais foram obtidos em publicações oficiais do Governo do Estado e em anuários e textos de recenseamento do IBGE. A taxa de mortalidade geral apresentou um declínio acentuado, a partir de 1940, o que coincidiu com uma redução drástica das doenças infecciosas e parasitárias. Observou-se que estas doenças permaneceram como o principal grupo de óbitos, até 1950, ano em que foi responsável por 26,7% dos óbitos registrados e apresentou uma taxa de mortalidade de 317,5 óbitos por 100 000 habitantes. O grupo das doenças do aparelho circulatório, que esteve na terceira posição, desde 1897, teve sua taxa crescendo gradativamente e, após 1950, veio a se constituir no principal grupo de causa de óbito. Em 1991, este grupo foi responsável por 32,7% dos óbitos, representando uma taxa de mortalidade de 206,6 óbitos por 100 000 habitantes. O grupo dos neoplasmas e das causas externas vieram se alternando como quarto e quinto grupos de causa de óbito, até 1980. Em 1991, os neoplasmas constituíram-se no segundo grupo de causas de morte, com 14,3% dos óbitos e uma taxa de mortalidade de 90,6 óbitos por 100 000 habitantes; e o grupo das causas externas passou a ocupar a terceira colocação, apresentando uma taxa de mortalidade de 68,8 óbitos para cada 100 000 habitantes e sendo responsável por 10,9% dos óbitos. Com relação às causas, a gastroenterite infecciosa apareceu entre as primeiras causas de óbito, até 1980, e a tuberculose pulmonar até 1960. A partir de 1980, o infarto agudo do miocárdio, a doença cerebrovascular aguda e o diabetes mellitus passaram a estar entre as primeiras causas de morte. O nível de saúde, avaliado pela Razão de Mortalidade Proporcional de Swaroop-Uemura e pelas Curvas de Nelson de Moraes pode ser classificado como: muito baixo, até 1940; regular, de 1950 a 1980; e elevado, em 1991. As taxas de mortalidade no sexo masculino foram sempre maiores do que no feminino e se mantiveram estáveis até 1940. A partir daí, ambas diminuíram gradativamente e de forma paralela. Fazendo-se uma análise de aproximação com a proposta sugerida por OMRAM (1996), Belo Horizonte apresentou as seguintes fases: - de 1890 a 1905: fase de pestilência. - De 1912 a 1940: fase de recuo das pandemias. - De 1950 a 1980: fase das doenças degenerativas e das causadas pelo homem. - Em 1991: consolidação da fase anterior.