Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Gonçalves, Maynara Santana |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17147/tde-23082020-143746/
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Resumo: |
A esclerose sistêmica (ES) é uma doença autoimune caracterizada por dano vascular, desregulação do sistema imunológico e fibrose da pele e órgãos internos. A lesão e a apoptose das células endoteliais são indicadas como eventos iniciais da doença, levando a alterações fisiológicas no endotélio e vasculopatia. O transplante de células-tronco hematopoéticas autólogas (TACTH) promove o resetting (do inglês, reprogramação) do sistema imunológico e emergiu como uma opção de tratamento para pacientes com ES grave e progressiva. Embora o TACTH leve à melhora clínica, os mecanismos ainda não são completamente compreendidos. Neste estudo, objetivamos avaliar a expressão de marcadores de integridade, dano e ativação endotelial e aspectos de fibrose na pele de pacientes com esclerose sistêmica tratados com TACTH e correlacioná-los com dados clínicos. Dados clínicos e amostras de pele do antebraço de 35 pacientes com ES foram avaliados por imuno-histoquímica (IHC) antes e aos 6 e 12 meses após o TACTH. Amostras de soro de 15 pacientes encontravam-se disponíveis para análise por técnica de multiplex para marcadores endoteliais (E-SELECTINA, ENDOTELINA-1 e VEGFA). As biópsias foram marcadas com anticorpos anti-CD31, -VEGF, -VEGFR2, - ANGIOPOIETINA 1, -ANGIOPOIETINA 2, -TIE, -ENDOTELINA-1, E-SELECTINA, VECADERINA e coradas com Hematoxilina e Eosina (HE) e Picrosirius red. As imagens foram analisadas pelo programa ImageJ. A maioria dos participantes era do sexo feminino (80%), com idade média (desvio padrão, DP) de 36 (9,4) anos. O tempo médio (DP) entre o diagnóstico da doença e o transplante foi de 3,2 (3,1) anos. A avaliação clínica da fibrose, avaliada pelo escore de Rodnan (mRSS), melhorou aos 6 e 12 meses em comparação ao período PRÉ. (p <0,0001). A análise histológica da fibrose, avaliada por HE e picrosirius red, mostrou redução da espessura da pele (p <0,0001) e da densidade de colágeno (p<0.0001) após o TACTH. Na microvasculatura, observamos, através da capilaroscopia, alterações morfológicas, com aumento do número de capilares e uma redução nos mega-capilares. Os únicos marcadores endoteliais histológicos que mudaram após o TATCH foram ANG1 (p <0,0001) e E-selectina (p <0,0001), que diminuíram. Todos os demais marcadores avaliados não apresentaram alterações (p> 0,05). A expressão de e-selectina se associou com o comprometimento da pele (mRSS) e se correlacionou com a expressão de VEGF. Não houve alterações dos marcadores séricos endoteliais antes e após o TACTH. Nossos dados sugerem que a reversibilidade do dano endotelial associado à doença não é alcançada integralmente após o TACTH. Entretanto, pontuais melhoras são observadas clínica e histologicamente. Acreditamos que o efeito terapêutico do TACTH possa estar mais associado à melhora da fibrose do que a efeitos sobre o compartimento microvascular. |