Expressão de marcadores de fibrose em pacientes com esclerose sistêmica submetidos a transplante autólogo de células-tronco hematopoéticas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Silva, Djúlio César Zanin da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17147/tde-07042021-144946/
Resumo: A esclerose sistêmica (ES) é uma doença autoimune marcada por desregulação da imunidade, vasculopatia, fibrose da pele e de órgãos internos. O Transplante Autólogo de Células-Tronco Hematopoéticas (TACTH) tem sido investigado como opção de tratamento para pacientes com formas graves e progressivas de ES. Estudos clínicos mostram que o TACTH promove melhora clínica, mas os mecanismos terapêuticos básicos associados ao procedimento não estão completamente esclarecidos. O presente estudo teve como objetivo avaliar se o TACTH promove mudanças na expressão de moléculas associadas ao processo fibrótico e/ou fisiologia do tecido conjuntivo em pacientes com ES, correlacionando-os com medidas clínicas de fibrose cutânea. Avaliamos, retrospectivamente, dados clínicos, amostras de soro e de pele de 44 pacientes com ES submetidos ao TACTH. Biópsias de pele (obtidas do antebraço) foram avaliadas por imunohistoquímica com anticorpos anti-MMP-1, -MMP-2, -MMP-3, -MMP-9, -TIMP-1, -α-SMA e -TGF-β e, coradas com Hematoxilina e Eosina (H&E) e Picrosirius Red. A análise das imagens obtidas foi realizada pelo software ImageJ. Amostras de soro disponíveis de 27 pacientes, foram avaliadas por Ensaio Multiplex, para COL1A1, COL4A1, FGF-1, MMP-1, MMP-3, MMP-12, MMP-13, PDGF-AA, PDGF-BB, S100A9 e TIMP-1. A idade média e o desvio padrão (DP) dos pacientes foi de 36 (9,9) anos, sendo 82% pertencentes ao sexo feminino. O tempo médio entre o diagnóstico e a realização do transplante foi de 3,3 (±3,1) anos. Após o TACTH, houve melhora clínica da fibrose cutânea, com redução do escore cutâneo de Rodnan modificado aos 6 e 12 meses pós-TACTH. Histologicamente, após o TACTH, observamos diminuição significativa da densidade de colágeno (avaliada por Picrosirius Red) e da espessura da pele (avaliada por H&E). As análises imunohistoquímicas demonstraram aumento da expressão de metaloproteinases (MMP-1, 2, 3 e 9) e de seu inibidor tecidual (TIMP-1), pós-TACTH. Embora a expressão cutânea de α-SMA e de TGF-β não tenham se alterado significativamente pós-transplante, houve correlação positiva entre a expressão de TGF-β e a densidade de colágeno na pele no período pós-TACTH. No soro, houve redução nos níveis de MMP-1, S100A9, PDGF-AA, PDGF-BB, TIMP-1 e COL4A1 após o TACTH, quando comparados aos níveis pré-TACTH. Os níveis séricos de COL1A1 aumentaram depois do TACTH. As concentrações séricas de MMP-3 aumentaram em 6 meses, mas decaíram para os níveis basais em 12 meses após o TACTH. Os níveis séricos de MMP-12, MMP-13 e FGF-1 não se alteraram após o transplante. Assim, o TACTH diminuiu a fibrose da pele e modificou a expressão de moléculas relacionadas à manutenção do tecido conjuntivo, inflamação e dano endotelial, em pacientes com ES. Acreditamos, portanto, que além do controle da autorreatividade imunológica, outros mecanismos terapêuticos contribuam para os desfechos clínicos dos pacientes com ES submetidos ao TACTH.