Efeito do treino com procedimento Go/No-Go sobre o comportamento alimentar e o peso de adultos com sobrepeso e obesidade: uma replicação sistemática de Lawrence et al.(2015)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Seixas, Aline Maués Ferreira de Figueiredo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47132/tde-18022020-174629/
Resumo: O Treino de Inibição de Respostas é um procedimento experimental que tem sido testado com fins de modificar a relação dos indivíduos com os estímulos relacionados à comida. Esse treino consiste na aplicação de tarefas comportamentais com procedimento Go/No-Go e tem promovido mudanças no comportamento alimentar e no consumo, obtendo redução na palatabilidade relatada de alimentos, da ingestão calórica e do peso corporal após a aplicação do treino em populações com sobrepeso e obesidade com relatos de comer demais. Porém, até então esses estudos apresentam uma série de vieses metodológicos que comprometem a confiabilidade de seus resultados. A presente pesquisa objetivou conduzir uma replicação sistemática do Treino de Inibição de Respostas com procedimento Go/No-Go proposto por Lawrence et al. (2015) e verificar os seus efeitos sobre o responder frente a estímulos visuais relacionados a alimentos ultraprocessados e in natura em adultos com IMC compatível com sobrepeso e com obesidade (IMC>=25). Participaram 26 homens (N=07) e mulheres (N=19) adultos, divididos em duas condições. Na Condição Experimental, os participantes foram expostos a estímulos relacionados a alimentos durante o treino e na Condição Controle, foram expostos a estímulos de itens de casa. Adicionalmente, parte dos participantes foi submetida ao treino e preencheu os diários alimentares, enquanto os demais foram expostos apenas ao treino. Todos passaram por uma semana de medidas de linha de base, seguida por quatro sessões de treino na semana seguinte, nas quais foram expostos a: a Escala de Avaliação da Palatabilidade dos Alimentos, o Diário Alimentar, o Questionário de Frequência Alimentar, a medida do peso e da altura, o treino e o Teste de Ingestão. Um mês após o treino, realizou-se um encontro de follow-up com exposição dos participantes a uma sessão de treino de manutenção e a reaplicação dos instrumentos e medidas. Como resultado, confirmou-se os dados de Lawrence et al. (2015) no que concerne à redução no relato de palatabilidade de alimentos ultraprocessados para a Condição Experimental, à redução no relato de frequência de consumo de lanches diários para ambas as condições e à redução na ingestão calórica de batatas fritas no Teste de Ingestão para a Condição Experimental. Porém, diferentemente do estudo original, na presente pesquisa obteve-se: redução na palatabilidade de alimentos novos e aumento no relato dos in natura para ambas as condições; aumento no consumo de chocolates no teste de ingestão para a Condição Controle; e não houve redução estatisticamente significativa no peso corporal dos participantes em nenhuma das condições em nenhuma etapa do estudo. Discute-se, a partir do que tem sido encontrado pelos estudos experimentais da área, que o Treino de Inibição de Respostas parece ser um recurso a ser aplicado a populações clínicas e não-clínicas como tratamento coadjuvante na modificação do comportamento alimentar e do consumo, porém ainda parecem questionáveis seus efeitos sobre o peso corporal