Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Caetano, Liandra Aparecida Orlando |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/59/59141/tde-06062023-133453/
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Resumo: |
O objetivo geral do presente estudo foi o de contribuir com o conhecimento acerca das relações entre a experiência de tensões/experiências estressantes e condutas antissociais, na adolescência, adotando, para tal, o referencial da Teoria Geral da Tensão (TGT). A proposta partiu do interesse de entender melhor as condutas juvenis, especificamente as relacionadas às violações das leis, buscando identificar motivações e processos subjacentes. Dentro disto, o referencial da TGT foi adotado por propor que experiências de tensão - associadas à presença de estímulos negativos e/ou retirada de estímulos positivos (além das dificuldades em alcançar objetivos) criaram condições para a emergência de emoções negativas e essas - especialmente a raiva e a frustração - seriam a motivação para as condutas antissociais (como forma de enfretamento e liberação da tensão), mediante certas variáveis de fundo - moduladores e moderadores. Para tanto, foram realizados três estudos. O Estudo 1 consistiu em uma revisão integrativa da literatura. Denominado Infrações na adolescência: revisão integrativa dos estudos na perspectiva da Teoria Geral da Tensão, esse recuperou investigações existentes acerca de comportamentos antissociais/condutas delituosas na adolescência, pela perspectiva da Teoria Geral da Tensão (TGT). Foi possível verificar que muitas experiências se constituem em fonte de tensão: experiências adversas na infância, viver ou testemunhar violências, percepções de injustiças, conflitos nas relações escolares e familiares. O Estudo 2 consistiu também em uma revisão integrativa. Denominado Participação em Bullying e implicação em delitos na adolescência: revisão integrativa da literatura, este focalizou produções empíricas recentes voltadas à investigação das relações entre violência escolar, ou mais especificamente o bullying, e condutas antissociais/infracional durante a adolescência, considerando a alta prevalência de violência escolar e os apontamentos de que essa seria uma importante fonte de tensão aos jovens. A revisão mostrou que a maioria dos estudos identificou que a experiência de bullying - como vítima e como agressor - se mostra significativamente relacionada ao envolvimento em prática de delitos, mesmo em se controlando variáveis pessoais, familiares ou escolares. O Estudo 3, denominado Experiências estressantes, raiva, autocontrole e conduta antissocial na adolescência: estudo na perspectiva da Teoria Geral da Tensão, consistiu em testar no contexto sociocultural brasileiro algumas das relações pressupostas pela TGT. Buscou-se, assim, verificar as relações entre experiências negativas na família e participação no bullying, e manifestação de condutas antissociais (divergentes e delituosas), considerando interveniência dos níveis de raiva e de autocontrole, em uma amostra (n=102) de adolescentes/estudantes do 9º ano, de escolas públicas, em uma cidade do interior do Estado de São Paulo. Os adolescentes responderam aos instrumentos: Questionário de comportamentos juvenis (QCJ); Bateria de violência escolar (BESVESCO); Delaware School Climate (DSCS); Inventário de expressão de raiva como estado e traço (STAXI); Escala de autocontrole (EAC). Foram realizadas análises descritivas e de regressão logística simples e ajustada. Como resultados, deve-se indicar que as taxas de condutas antissociais foram baixas. As análises, contudo, mostraram que a participação em bullying se mostrou relacionada à raiva e às condutas antissociais, assim como ao baixo autocontrole. Especificamente, denotou-se que ter sido perpetrador de violência escolar, apresentar raiva como traço e menor autocontrole parecem interagir e fomentar as condições para condutas antissociais (delitos e uso frequente de álcool). Considera-se ter avançado no entendimento das relações focalizadas, com indicações relevantes para estudos futuros, na mesma direção, com amostras maiores e mais diversificadas. |