Emoções autoavaliadoras e o desenvolvimento do self na adolescência

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Faria, Ana Paula Simeão
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Instituto de Psicologia
BR
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Psicologia Social
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/15393
Resumo: As emoções autoavaliadoras emergem a partir das relações sociais e da autoavaliação positiva ou negativa, em situações específicas, que influenciam o desenvolvimento do self. Por esses traços, a culpa, a vergonha e o orgulho são emoções autoavaliadoras, sendo que as duas primeiras se referem à autoavaliação negativa, enquanto a última refere-se à autoavaliação positiva. Por serem emoções que surgem nas relações, o indivíduo pode senti-las a partir da avaliação positiva ou negativa que o outro faz dele. As emoções têm como principal função auxiliar o indivíduo na adaptação e na sobrevivência, pois desencadeiam atividades cognitivas, preparando-o para uma ação ou comportamento adequado em relação a uma situação ou evento significativo. Portanto, todas as emoções são positivas, no que se refere às suas funções primordiais para a espécie humana, com consequências para a sobrevivência. No entanto, experiências de algumas emoções, em situações específicas, provocam sentimentos e pensamentos negativos. Neste sentido, emoções que causam experiências emocionais positivas promovem sensações e pensamentos prazerosos, que podem oferecer significados positivos sobre si e sobre a situação vivenciada, enquanto experiências emocionais negativas podem provocar significados negativos sobre si e sobre o evento. Dada a relevância das emoções para a subjetividade, consideramos que a experiência das emoções autoavaliadoras podem influenciar o desenvolvimento do self, em graus mais ou menos intensos, dependendo da leitura, individual e social, da experiência emocional autoavaliadora. Na cultura ocidental moderna, prevalece o imperativo de realização e de sucesso. Nesse sentido, o indivíduo se vê numa constante avaliação de si, como forma de se perceber realizando ou fracassando. Assim, o objetivo desse trabalho é o de investigar a influência das emoções autoavaliadoras no desenvolvimento do self na adolescência. A escolha desta fase ocorreu por ser o momento em que o(a) adolescente aumenta as funções e as habilidades cognitivas, psicológicas, físicas, emocionais e sociais, com as quais são traçadas novas realizações e projetos para o futuro. Portanto, experiências de sucesso e de fracasso podem se tornar mais frequentes na vida do(a) jovem. Por conseguinte, emoções de culpa, de vergonha e de orgulho podem estar mais presentes, implicando novos significados para o self. Utilizando uma metodologia qualitativa, participam deste estudo 12 adolescentes, seis rapazes e seis moças, entre 15 e 19 anos de idade, residentes na cidade do Rio de Janeiro, entrevistados seguindo um roteiro. As entrevistas foram transcritas e adotamos a Análise de Conteúdo. De modo geral, os(as) adolescentes apontam a influência das emoções autoavaliadoras para o desenvolvimento do self, sendo que os(as) adolescentes que alcançaram alguma realização têm um discurso sobre si, predominantemente, seguro e positivo, enquanto os(as) jovens que não têm, ainda, alguma realização e contam com o suporte parental, para regular suas experiências emocionais negativas, têm, predominantemente, uma narrativa positiva sobre si . Já as adolescentes que apresentam um ambiente familiar que indicam relações fragilizadas demonstram um discurso sobre si, predominantemente, negativo. Consequentemente, verificamos que o vínculo parental na adolescência é relevante para os(as) jovens, pois auxilia na regulação de experiências emocionais, positivas e negativas. Com base neste estudo, concluímos que as emoções autoavaliadoras influenciam no desenvolvimento do self adolescente e um ambiente familiar seguro e estável permite que estas emoções sejam reguladas, propiciando o desenvolvimento saudável do self