O baixo contínuo segundo Agazzari: tradução de um tratado italiano de música do século XVII através da Abordagem Funcionalista e da Linguística de Corpus

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Calloni, Tatiane Marques
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8148/tde-13062019-121111/
Resumo: Este trabalho tem por objetivo analisar como a aplicação da Linguística de Corpus e da Abordagem Funcionalista da tradução podem auxiliar ao longo do processo tradutório de textos antigos. A pesquisa está fundamentada nas definições de Linguística de Corpus elaboradas por Berber Sardinha (2004), Tagnin (2013) e Weisser (2016), entre outros, e nos princípios da Abordagem Funcionalista desenvolvidos por Holz-Mäntäri (1984), Reiss e Vermeer (1984) e Nord (1988). Os textos a serem traduzidos do italiano ao português brasileiro são uma carta e um tratado de música sobre baixo contínuo, escritos por Agostino Agazzari no início do século XVII, época em que essa prática começou a ser desenvolvida. Preparamos uma primeira versão da tradução, utilizando apenas os materiais convencionais de consulta, como dicionários e Internet. Em seguida, elaboramos uma segunda versão com o apoio de seis corpora: quatro especializados construídos por nós, e dois de referência disponibilizados para uso na ferramenta online Sketch Engine (Lexical Computing), que também possibilitou a análise linguística de todos os corpora. Compilamos um corpus em português brasileiro e outro em italiano relacionados à técnica barroca do baixo contínuo (tema principal do tratado) através da seleção de artigos, dissertações, teses e livros pertinentes ao tema. Construímos, também, quatro corpora (dois em português brasileiro e dois em italiano) sobre baixo contínuo e instrumentos musicais, através da WebBootCaT, uma ferramenta presente no Sketch Engine que extrai textos da Internet. Por fim, preparamos três glossários de termos mais relevantes do tratado e suas definições. Procuramos guiar todo o processo tradutório de acordo com os conceitos desenvolvidos pela Abordagem Funcionalista da tradução, refletindo principalmente sobre a função, o público-alvo e a dimensão temporal dos textos de partida e de chegada. A análise dos corpora possibilitou a confirmação de várias hipóteses que haviam surgido durante a primeira versão da tradução, além de esclarecer dúvidas e favorecer o processo de adaptação do tratado ao português brasileiro contemporâneo, apesar da dificuldade em encontrar textos representativos sobre os arcaísmos e as abreviações. A etapa de pesquisa dos termos com o auxílio da Linguística de Corpus exigiu muito menos tempo que o necessário durante a primeira versão, devido à possibilidade que essa metodologia oferece de rapidamente encontrá-los e analisá-los em seu contexto de uso. Já a Abordagem Funcionalista constituiu uma base fundamental para a elaboração da tradução, auxiliando o processo de tomada de decisões sempre baseado na função e no público-alvo dos textos de partida e de chegada. A tradução da carta e do tratado contribui para a disponibilização de material especializado direcionado a tradutores, estudantes de música, musicólogos e intérpretes de música barroca. Também colabora com a difusão de pesquisas baseadas em corpora, voltadas especificamente ao campo musical.